A região de Londrina pode se tornar um polo de agricultura de plantas ornamentais e flores graças aos primeiros passos dados por um projeto da UEL (Universidade Estadual de Londrina). A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apoiou com o valor de R$ 1,5 milhão no projeto que promove o aprendizado neste tipo de agricultura, incentiva novos produtores e contribui para a comercialização e escoamento das plantas.

doadas a produtores que se interessarem em produzir a agricultura de plantas ornamentais e flores em seu terreno”, explica Ricardo Faria, engenheiro agrônomo, professor doutor e coordenador do projeto no curso de Agronomia da UEL.

Imagem ilustrativa da imagem Projeto da UEL fomenta a produção de flores e plantas ornamentais
| Foto: Divulgação

Para aumentar a produção das mudas, haverá uma ampliação da biofábrica da UEL, que já está em andamento. O valor também contempla a educação de produtores rurais que desejarem inserir o cultivo de plantas ornamentais ou flores. “A universidade é um berço de conhecimento que pode ser transmitido à sociedade. Nossa orientação aos produtores será completa: desde a visita ao local do plantio para saber se a terra é boa, para qual tipo de planta o espaço poderá se adequar, ensinar como se faz o cultivo e a colheita”, aponta Bruno Melegari, biólogo e mestrando da UEL, que também está à frente do projeto.

Interessados devem ter um terreno de, no mínimo, 100 m² e certa disponibilidade para cuidar do plantio. “Iremos avaliar qual espécie poderá ser plantada avaliando as possibilidades do agricultor”, explica Melegari. A meta do projeto é reunir 10 agricultores, com a ideia de dobrar este número.

ENCONTRO NA EXPOLONDRINA

Para divulgar e reunir pessoas interessadas no projeto, acontecerá o 1º Encontro para o Desenvolvimento do Setor de Plantas Ornamentais do Norte do Paraná no dia 8 de abril, durante as atividades da Expolondrina. O objetivo deste encontro é fomentar a floricultura na região, apresentar as perspectivas de geração de renda e organizar com os agricultores as possibilidades em comercializar as plantas ornamentais. O encontro será às 14h, no Recinto Milton Alcover, na Sociedade Rural do Paraná. Para entrar em contato com a equipe do projeto, basta enviar um e-mail para [email protected].

Floricultura nacional vs local

No Brasil somam-se cerca de 8 mil produtores de plantas e flores, de acordo com dados da Ibraflor (2022), e São Paulo é o principal estado produtor com destaque para Atibaia e Holambra. No entanto, o Paraná alcançou o VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de R$ 224 milhões em 2022, de acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural), com destaque para os gramados e plantas perenes, ou seja, aquelas cujo ciclo de vida é longo. “É possível que este número seja ainda maior, porque existem comercializações informais, de produtores que vendem para o consumidor final em feiras, por exemplo, que não são rastreadas”, informa Faria.

O consumo de flores é alto para alguns segmentos como para a decoração de eventos sociais. “Ter a produção de flores e plantas ornamentais na região é excelente para oferecer arranjos de flores mais frescos ao cliente. Hoje em dia, as flores vêm, em sua maioria, de Holambra em caminhões adaptados à climatização em viagens noturnas, mas mesmo assim as plantas sentem a mudança de clima quando saem da estufa para pegar estrada”, explica a decoradora de eventos sociais, Rosana Galindo.

De acordo com Galindo, ter a produção local seria ideal para oferecer um produto de melhor qualidade que não sofra com as intempéries do clima. “É claro que o fato da distância ser menor e o transporte mais fácil também impacta em um valor mais acessível para o consumidor final”, pontua.