Paranavaí é o maior produtor de laranja do Estado. Quase 20% da produção é proveniente do município localizado a noroeste do Paraná.

A alta produção é impulsionada pela indústria de suco de laranja, visto que 85% do que é produzido na citricultura é industrializado – somente 15% da produção é destinada ao comércio in natura. Características como o clima e o solo (arenito caiuá) favorecem o desenvolvimento da cultura.

A maior indústria do ramo instalada no município é a Prat’s, empresa que nasceu em 2012 e hoje já é considerada líder no mercado brasileiro em suco de laranja pronto para o consumo.

O Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta 44 produtores de laranja em Paranavaí.

Vitor Lago, técnico do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão ligado à Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), destaca a importância da laranja para a geração de empregos em Paranavaí. “A cada 9 hectares plantados, é gerado 1um emprego direto”, contabiliza.

Dados do Deral mostram que Paranavaí produziu 115,5 mil toneladas de laranja em 3,6 mil hectares em 2021, que resultaram em um VBP (Valor Bruto da Produção) de R$ 104,9 milhões.

O volume produzido nesse ano representou 18,3% da produção estadual, que totalizou 632,2 mil toneladas da fruta.

A laranja é a segunda atividade agropecuária mais representativa em Paranavaí – fica apenas atrás do frango de corte, que em 2021 movimentou R$ 185,9 milhões.

A laranja é produzida em 274 municípios paranaenses, estando presente em quase 70% das cidades do Estado.

Produtor paranaense está otimista

O produtor rural Ederson Colucci cultiva laranjas há cerca de 20 anos. No ano passado, ele colheu 40 mil caixas da fruta em 60 hectares, totalizando cerca de 1,6 mil toneladas. Para este ano, a expectativa é otimista – ampliar o volume da produção em 30%.

“A laranja é uma atividade lucrativa com o pomar em plena produção. A projeção de lucro é em torno de R$ 20 mil por hectare, mas o desafio é muito grande”, destaca.

Greening também preocupa

O maior desafio do produtor é prevenir o greening, praga que leva à erradicação dos pés contaminados. “O citricultor tem que ser extremamente profissional ao fazer o manejo certo na hora certa, com análise de solo, das folhas, sempre com a adubação necessária”, detalha.

O produtor lembra que o preço da laranja valorizou do ano passado para cá. Segundo ele, a caixa com 40,8 kg foi comercializada a R$ 30 em 2022. Neste ano, a expectativa é vender em um valor quase 30% maior, em torno de R$ 38.

Ederson comercializa a fruta fresca para o mercado interno. A maior parte da produção, no entanto, é vendida para uma cooperativa que utiliza a laranja para fazer suco concentrado e pasteurizado. “Boa parte acaba sendo exportada para a Europa”, conclui.

CITRICULTURA

A citricultura é a principal atividade da fruticultura no Paraná. As regiões de Paranavaí, Cerro Azul e Altônia lideram a produção de laranja, tangerina e limão, respectivamente.

O cultivo de citros responde por 52,1% de toda a área com frutas no Estado. Levantamento realizado pelo Deral (Departamento de Economia Rural), órgão da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, mostra que o citros ocupou 55,4 mil hectares de pomares no Paraná em 2021.

Em relação ao volume produzido, a participação de 62,4% das colheitas do 1,3 milhão de toneladas da fruticultura é proveniente das três espécies acima.

“A laranja, com início de safra em meados de julho, tem grande parte de sua produção destinada ao fornecimento de frutas para o processamento industrial, transformada em suco concentrado e subprodutos, destinados para o mercado externo, além do suco pronto para beber dirigido ao mercado nacional”, explica Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral.

A comercialização de frutas frescas é focada no consumo interno, local e regional. A tangerina, em início de colheita, se destina ao mercado in natura. “É uma fruta com colheita concentrada em 10 semanas do ano, tem alta perecibilidade e baixa vida de prateleira.”

O técnico explica que a produção de suco de tangerina é uma realidade há muito tempo perseguida pelos citricultores do Vale do Ribeira, visando um fornecimento via transformação agroindustrial de um produto diferenciado, sinalizando aos agricultores um novo nicho de mercado.

O maior produtor de tangerina do Paraná é Cerro Azul, na região metropolitana de Curitiba. Em 2021, o município produziu 60 mil toneladas da fruta em 3 mil hectares de terras, que resultaram em um VBP de R$ 52,4 milhões.

Enquanto a laranja é cultivada em 19,9 mil hectares e a tangerina em 6,3 mil hectares, o limão paranaense, com oferta a partir de maio, possui uma área mais modesta, de 1,3 mil hectares.

O principal município produtor de limão, Altônia, responde por 67,8% das colheitas fruta no estado. Em 2021, foram produzidas 22,4 mil toneladas da fruta em 561 hectares, resultando em um VBP de R$ 25,8 milhões