O Paraná se destaca como o segundo maior exportador de mel in natura neste início do ano. Nos três primeiros meses, o Estado já enviou 3.285 toneladas para o exterior, volume 51% maior que no mesmo período do ano passado, quando foram remetidas 2.167 toneladas para países estrangeiros.

Não há planos de se lançar para a exportação, visto que a atividade já gera uma lucratividade de 55%
Não há planos de se lançar para a exportação, visto que a atividade já gera uma lucratividade de 55%

O bom resultado fez o faturamento dos produtores paranaenses crescer 164% com a atividade no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado – saltou de R$ 3,9 milhões para R$ 10,3 milhões.

Imagem ilustrativa da imagem Paraná abre ano como o segundo maior exportador de mel in natura

Apesar de as exportações paranaenses de mel serem muito representativas no cenário nacional, há produtores que seguem atuando no mercado interno e não pretendem se lançar para o mercado externo. É o caso do produtor Antonio Carlos Stutz, que produz mel há 25 anos.

Hoje, segundo ele, a atividade vem sendo extremamente vantajosa, com lucratividade de aproximadamente 55%. “Trabalhar com abelhas gera um ótimo lucro, além de contribuir com a preservação do meio ambiente”, destaca Stutz, que produz mel em uma propriedade de 7,5 alqueires no distrito de Paiquerê, em Londrina.

A função principal das abelhas é a da polinização. Cerca de 70% do que comemos depende de agentes polinizadores como as abelhas. Não é à toa que o cientista Albert Einstein já havia afirmado que “se as abelhas desaparecessem da face da Terra, a espécie humana teria somente mais quatro anos de vida. Sem abelhas não há polinização. Ou seja, sem plantas, sem animais, sem homens”.

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Por ano, Antonio Carlos Stutz produz 6 mil quilos de mel, com colheitas realizadas na primavera e no verão. O produto tem registro no SIM (Serviço de Inspeção Municipal), o que permite a comercialização apenas em Londrina. Ao todo, são 48 pontos de distribuição espalhados pela cidade.

Ranking

O Piauí está na primeira colocação das exportações de mel in natura no País até então, com 3.988 toneladas exportadas no primeiro trimestre deste ano e recursos que totalizam US$ 13,9 milhões. Em terceiro lugar do ranking nacional figura Santa Catarina, com a exportação de 2.756 toneladas, seguida de São Paulo, com 1.127 toneladas de mel in natura.

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“O Estado do Paraná foi um dos 3 Estados que se destacaram em 2020 na exportação de mel in natura”, destacou o veterinário Roberto de Andrade Silva, analista do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento.

O produtor Antonio Carlos Stutz produz 6 mil quilos de mel por ano em Londrina
O produtor Antonio Carlos Stutz produz 6 mil quilos de mel por ano em Londrina

Em todo o ano passado, o Paraná ficou na terceira colocação nacional na exportação de mel in natura, com uma receita de US$ 18,2 milhões e um volume de 9.230 toneladas. O preço médio ficou em US$ 1,98 o quilo. “Na comparação com 2019, o crescimento foi de 16,3% no volume exportado e de 9,5% no faturamento”, destacou o analista do Deral.

Em 2020, Santa Catarina ocupou a primeira colocação nas exportações de mel, com US$ 22,8 milhões vendidos para o exterior e um volume de 10.490 toneladas, a um preço médio de US$ 2,18 o quilo. Em segundo lugar ficou o Piauí, com a exportação de US$ 21 milhões de mel in natura e um volume de 9.856 toneladas, a um preço médio de US$ 2,14 o quilo.

Nacional

Nos três primeiros meses de 2021, o Brasil exportou 13.699 toneladas de mel in natura. O volume é quase 84% superior às 7.455 toneladas do mesmo período em 2020.

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O faturamento em nível nacional cresceu 218%, de US$ 14,3 milhões no primeiro trimestre do ano passado para US$ 45,5 milhões nos três primeiros meses deste ano. Os dados são do Agrostat Brasil, ferramenta do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que reúne números de exportação e importação de produtos agropecuários.

Segundo a Agrostat, o Brasil exportou 45.728 toneladas de mel in natura em todo o ano passado, volume 50,5% maior do que o alcançado em 2019, 30.384 toneladas. O faturamento em dólares foi de US$ 98,560 milhões em 2020, 44,1% a mais que em 2019 (US$ 68,384 milhões).

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O preço médio nacional do mel atingiu o valor de US$ 2.155,36/tonelada (US$ 2,15/Kg) em 2020, 4,2% a menos que o valor médio de 2019 – US$ 2.250,65/tonelada e US$ 2,25/Kg.

O principal destino para o mel brasileiro em 2020, mais uma vez, foram os Estados Unidos, que representaram 74,6% de todo volume exportado. Outros países importadores do mel brasileiro em 2020 foram Alemanha, Austrália, Canadá, Bélgica, Holanda, Reino Unido e Dinamarca.