Na terça-feira (13), véspera da chega da missão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Egito, o Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil) conquistou um importante avanço nas relações comerciais com o país norte-africano. Trata-se do “Protocolo de Equivalência dos Sistemas de Inspeção de Carnes”, também conhecido como “pre-listing”, uma medida que promete facilitar as exportações brasileiras de carnes bovina, suína e de aves para o Egito.

Na última missão ao Cairo da SCRI (Secretaria de Comércio e Relações Internacionais), do Mapa, em novembro do ano passado, foi possível avançar na conquista deste protocolo, após reunião do secretário-adjunto da SCRI, Julio Ramos, com o vice-ministro de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Egito, Saad Moussa. Na ocasião, também foi anunciada a abertura do mercado de pescados e derivados.

“O ‘pre-listing’ reflete o alto grau de confiança no controle sanitário brasileiro, especialmente no SIF (Serviço de Inspeção Federal), cuja excelência é reconhecida por mais de 150 países importadores. O Egito, um dos seis maiores importadores mundiais de carne bovina do Brasil, e líder na importação de carne de aves do nosso país, demonstra a força e o potencial de crescimento das relações comerciais estabelecidas. Somente no ano passado conquistamos quatro novos mercados no Egito, entre eles o de algodão”, afirmou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Antes deste acordo, a renovação da habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação, bem como a aprovação de novas unidades de processamento, exigia auditorias presenciais por parte das autoridades egípcias. O procedimento não apenas implicava altos custos para os exportadores brasileiros, mas também sobrecarregava os Auditores Fiscais Federais Agropecuários do Mapa e limitava o número de estabelecimentos autorizados a exportar para o Egito. Desde 2019, cerca de 30 estabelecimentos brasileiros estavam na "fila de espera" para obterem a habilitação.

A formalização da pré-listagem vem sendo realizada pelo embaixador do Brasil no Cairo, Paulino Franco de Carvalho Neto, pelo adido agrícola Rafael Mohana e pelo ministro de Estado da Agricultura e Recuperação de Terras do Egito, Mohamed Sayed El-Quseir.

Em 2023, o Brasil exportou para o Egito mais de US$ 1,7 bilhão em produtos, dos quais US$ 384 milhões, correspondentes a 22%, foram em carnes, totalizando mais de 130 mil toneladas exportadas.

NOVOS MERCADOS

O Brasil também acaba de receber mais duas novas autorizações das autoridades sanitárias indianas e singapurianas para exportações de seus produtos. Na Índia, foi aberto o mercado para açaí em pó, e em Singapura, para carnes e produtos cárneos de ovinos.

No ano anterior, a Índia já havia autorizado a entrada do suco de açaí brasileiro em seu território. Tradicionalmente, as exportações de açaí têm se concentrado na forma de purê, com o Brasil destacando-se como líder tanto na produção quanto na exportação do fruto.

Em 2023, o comércio de açaí em purê atingiu US$ 314.744, equivalente a 79 toneladas. Esse volume representa um aumento de 41% em relação ao ano anterior, 2022, quando foram exportadas 48 toneladas do produto. Os Estados Unidos são os principais importadores do produto.

Já o mercado de carnes de ovinos movimentou quase US$ 969.720 em exportações do Brasil para o mundo no ano passado. Singapura, por exemplo, importou de outros países o equivalente a US$ 26 milhões em cortes de carne de carneiro desossada congelada, na sua maioria provenientes da Austrália.

O novo mercado aberto também está amparado pelo recente acordo de pré-listagem firmado entre o Mapa e a SFA (Agência de Alimentos de Singapura), que permite que as autoridades brasileiras sejam responsáveis por habilitar os frigoríficos aptos a exportar, demostrando a confiança do governo do outro país na qualidade do sistema sanitário brasileiro.

No ano passado, a Índia importou US$ 2.909.893.508 em produtos agrícolas do Brasil, enquanto Singapura adquiriu US$ 675.085.524. Com a inserção nesses novos mercados, o agronegócio brasileiro alcançou a 11ª expansão no âmbito do comércio internacional no ano.

Desde o início de 2024, novos mercados foram abertos para exportação em sete países, incluindo embriões e sêmen bovinos para Botsuana; gelatina e colágeno para os Estados Unidos; alevinos de tilápia e produtos de reciclagem animal para as Filipinas; bovinos vivos, embriões de bovinos (in vitro e in vivo) e sêmen bovino para o Paquistão; e animais de reprodução para o México. Em 2023, o Brasil atingiu a marca histórica de 78 novos mercados em 39 países. (Com assessoria de imprensa do Mapa)