Agrinho premia melhores projetos pedagógicos sobre sustentabilidade

O evento de encerramento da 28ª edição do Concurso Agrinho, promovido pelo Sistema Faep/Senar-PR no início desta semana, foi marcado pela premiação de três professores que desenvolveram experiências pedagógicas com os seus alunos sobre o tema “Ações que transformam o mundo”. Cada um dos profissionais ganhou um carro zero quilômetro pela conquista.

Josiel Barboza dos Santos, professor do Colégio Estadual Cívico-Militar Guimarães Rosa, em Assis Chateaubriand, ganhou um Fiat Mobi. Ele pretende ficar com o carro.

“De imediato não irei trocar o carro, pois quero curtir essa sensação de conquista com todas as professoras, professores, amigos e, principalmente, com os meus familiares que sempre acreditaram em meu potencial de fazer acontecer”, celebra.

ROBÓTICA

Denominado “Ciência em Ação: a Robótica como Transformação”, o projeto coordenado pelo docente teve início trabalhando os conceitos fundamentais de robótica e suas aplicações. Na próxima etapa, o docente desafiou os alunos a considerarem a inclusão de pessoas com deficiência e a gestão eficiente de resíduos dentro do colégio.

Foi assim que surgiu a concepção da criação de uma cadeira de rodas motorizada acessível e de baixo custo e de um robô coletor de lixo de forma interativa, totalmente autônomo, em um ambiente aberto ou fechado.

“A partir do momento que concebemos as ideias dos projetos, fomos em busca de empresas que pudessem colaborar com a doação de materiais importantes que não tínhamos no kit de robótica básico, pois um projeto audacioso necessitaria de materiais diferenciados”, relembra.

O professor relembra que o ponto alto do projeto foi a primeira Feira de Ciências Robóticas, realizada em agosto deste ano, sendo que os alunos apresentaram o projeto para a comunidade e os apoiadores.

MORCEGOS

Além da cadeira motorizada e do robô coletor, foram exibidos outros projetos como um sensor de estacionamento e um sonar que simula a ecolocalização dos morcegos. “O momento mais emocionante de nossa feira foi quando um aluno cadeirante pediu para testar a cadeira motorizada, validando nosso objetivo.”

Ao todo, 58 alunos dos ensinos fundamental e médio foram envolvidos nos projetos, sendo que os espectadores chegaram a 1 mil pessoas, entre alunos, pais e visitantes da comunidade.

“Essa experiência pedagógica exemplifica a aplicação prática da robótica na educação, promovendo não apenas o aprendizado conceitual, mas também a resolução de problemas do mundo real e a colaboração com parceiros externos”, conclui o docente.

INSPIRAÇÃO

A professora Andréia Godoy Ruiz, da Escola Municipal Professor Ângelo Mazzarotto, de Cornélio Procópio, foi premiada por ter desenvolvido o projeto “Sonhos mudam o mundo”.

A inspiração do trabalho veio de um aluno, ao relatar que o seu sonho era tomar café da manhã em uma padaria da cidade.

Inspirada no célebre discurso do ativista político norte-americano Martin Luther King – “Eu tenho um sonho (I have a dream, na tradução em inglês)” –, a educadora passou a trabalhar os sonhos dos outros alunos e encontrar um que pudessem sonhar em conjunto.

Com duração de fevereiro a agosto, o projeto envolveu diretamente 24 alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e todas as instituições visitadas.

REIVINDICAÇÃO AO PREFEITO

O grupo foi levado ao gabinete da prefeita para reivindicar e ganhar um parquinho para a escola, conheceu uma fazenda e uma indústria de café para perceber e valorizar a importância da relação campo/cidade, arrecadou fundos para trocar as cortinas da escola e confeccionou sacolas ecológicas sensibilizando sobre o cuidado com o meio ambiente.

Além disso, o projeto também possibilitou a arrecadação de alimentos para partilhar com o abrigo de idosos da cidade e trouxe para escola uma celebridade do Bake Off Brasil de 2022, que presenteou a turma com um bolo em formato de grão de café.

“Fizemos ainda um piquenique, poemas, paródias, releituras de obras e um resgate histórico sobre a importância dos negros na formação de nosso país.

Educar para cidadania é bem mais que falar e ensinar sobre problemas políticos de um país, mas incentivar a criança a refletir sobre suas próprias atitudes, a respeitar o outro e a natureza, além de ajudar e valorizar a comunidade onde está inserida”, conclui a professora.

SUSTENTABILIDADE

A professora Ayzita Sbardella Milioli, da Escola Municipal Osório, de São Miguel do Iguaçu, trabalhou o tema sustentabilidade em seu projeto.

A partir de uma reportagem que mostrava o imenso cemitério de roupas usadas no Deserto de Atacama, no Chile, os alunos passaram a refletir sobre esse tema e a buscar soluções para o problema.

As ações do projeto foram planejadas com base nos oito “Rs” da sustentabilidade: Refletir, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Respeitar, Reparar, Responsabilizar-se e Repassar. As atividades foram desenvolvidas de maneira interdisciplinar e despertaram nos alunos ideias e valores voltados à preservação do meio ambiente.

O EVENTO

Além de premiar os três professores que desenvolveram as melhores experiências pedagógicas, o Concurso Agrinho entregou mais de 1,8 mil prêmios, entre smartphones, tablets, chromebooks e projetores multimídia. Ao todo, os alunos e professores foram premiados em 14 diferentes categorias.

“Nesta edição, mobilizamos esforços para trazer todos os premiados para esse grande evento da educação paranaense. Ano após ano, o Agrinho se renova dentro das escolas, mostrando que é possível levar conhecimento sobre assuntos tão importantes, como o ESG, para todas as idades. O desenvolvimento do nosso Estado é resultado desse investimento que fazemos há 27 anos”, destaca Ágide Meneguette, presidente do Sistema Faep/Senar-PR. (Com informações da Faep)