Entrou em vigor em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) o Plano Municipal de Arborização Urbana. O projeto foi aprovado recentemente na Câmara de Vereadores e sancionado pelo executivo no final de maio. É a primeira vez que a cidade conta com um plano neste sentido, que foi elaborado pelo Itedes (Instituto de Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Social) da UEL (Universidade Estadual de Londrina). O instituto foi contratado.

Imagem ilustrativa da imagem Levantamento aponta que Cambé tem 35 mil árvores na área urbana

De acordo com Anderson Alves, diretor do Departamento Ambiental, da secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, o estudo dará subsídio para o poder público desenvolver ações voltadas à arborização. “Vai auxiliar num conhecimento mais amplo das espécies arbóreas que temos plantadas, quais características, quais estão comprometidas ou foram plantadas em locais inadequados. Veio para dar diretriz”, elencou.

O levantamento apontou que Cambé tem mais de 35 mil árvores plantadas na área urbana. Deste número, aproximadamente três mil precisam de algum tipo de intervenção, como poda, controle de paga ou erradicação. “A quantidade de árvores nos surpreendeu positivamente. É uma boa proporção para uma cidade com cerca de 105 mil habitantes. Muitas pessoas podem reclamar por conta da sujeira das folhas, mas a árvore oferece inúmeros benefícios e é de extrema importância”, destacou. As árvores ajudam a evitar a erosão do solo e são responsáveis por melhorar a umidade do ar.

ATENDIMENTOS

Por mês, a média é de 450 atendimentos envolvendo árvores. A prefeitura dispõe de duas equipes de servidores para poda e erradicação e uma para substituição de espécies. O município também faz a destocagem. Com a demanda maior que a estrutura, o município não discute, neste momento, a terceirização do serviço, entretanto, não descarta a medida a médio e longo prazo. Mensalmente são distribuídas ou plantadas 200 árvores, que são cuidadas no horto municipal. Entre as mudas disponíveis estão a manacá-de-jardim, canelinha e oiti.

Imagem ilustrativa da imagem Levantamento aponta que Cambé tem 35 mil árvores na área urbana

“Temos uma quantidade grande de pedidos para vistorias. Com o plano, e nossas informações, conseguimos identificar os locais que têm risco de queda, fazemos a vistoria e, sabendo que naquela região existem outras solicitações, otimizamos o trabalho. Da mesma maneira, avaliamos se a solicitação do munícipe tem sentido, pois, muitas vezes precisa de uma intervenção simples na espécie e ele pede a erradicação”, apontou Alves, que responde interinamente pela secretaria de Ambiente.

CLASSIFICAÇÃO

A pasta faz aplicação de uma classificação para definir a prioridade de avaliação da espécie e, se necessário, a retirada. A cor verde é para as árvores que não possuem indicativo de intervenção; a laranja é a considerada intermediária, em que o serviço precisa ser acrescentado no cronograma o mais rápido possível; e a vermelha, que são para os casos urgentes.

O plano prevê que somente a administração pública ou empresas credenciadas podem fazer a poda, corte ou remoção de árvores em espaços públicos. A infração pode gerar multa de R$ 809 e até dobrar em casos de reincidências. “A pessoa pode contratar alguém, desde que tenha autorização do poder público. A poda pode ser realizada sem comunicação prévia, mas consciente e até 30% dos galhos”, explicou.

GRANDE PORTE

Foi identificada a necessidade de maior plantio nos novos loteamentos e que os bairros Cambé 2 e Alvorada estão entre os mais arborizados. A secretaria não recomenda a colocação de espécies de grande porte ou frutíferas. “Orientamos a não plantar árvores com raízes grandes, que muitas vezes ficam expostas, além daquelas que dão fruto. Temos algumas situações de pessoas que plantaram pés de jaca, abacate e manga em faixa de calçada.” Cambé dispunha de um Código de Arborização, sancionado de 1989.