"O pós-operatório permite uma alta mais rápida. Isso gera muito mais de qualidade de vida e conforto para o paciente”, destaca o cirurgião Arnaldo Okino
"O pós-operatório permite uma alta mais rápida. Isso gera muito mais de qualidade de vida e conforto para o paciente”, destaca o cirurgião Arnaldo Okino | Foto: Divulgação

O cirurgião cardiovascular e diretor do Hospital do Coração de Londrina, Arnaldo Okino, informa que a cirurgia convencional tem um risco de morte de 3% a 5% na primeira cirurgia. “Com a segunda cirurgia, o risco de morte sobe para um percentual que varia de 5% a 7%. A cada cirurgia que passa tem um risco maior até o ponto que o risco de fazer a cirurgia fica maior do que não fazer. ", ressalta Okino, ao explicar sobre a técnica do TMVI (Implante de válvula mitral transcateter) .

“Se o paciente tem condições de realizar o TMVI percutânea, eu prefiro essa opção. O objetivo é não fazer a incisão para o paciente não precisar ficar com dreno. Para mim a técnica mais interessante é esse acesso pela região da virilha, porque não tem corte”, expôs ele, informando que já realizou 45 procedimentos pela via percutânea no hospital.

Okino explicou que a cirurgia via percutânea oferece menos risco e é rápida. “Ela leva de uma a duas horas para ser realizada e alguns fazem só anestesia local. O pós-operatório permite uma alta mais rápida e no segundo dia após a cirurgia, dependendo do quadro do paciente, já é possível voltar para a casa. Isso gera muito mais de qualidade de vida e conforto para o paciente”, destacou.

Questionado se o paciente submetido a essa cirurgia pode receber outra prótese com essa mesma técnica anos mais tarde, ele respondeu positivamente, desde que na cirurgia anterior a equipe tenha tido o cuidado de deixar uma prótese que aceite uma válvula transcateter. “A durabilidade desse implante depende do tipo de prótese. Há válvulas com durabilidade de 20 anos e outras de 10 anos. Existem estudos sobre os cuidados para a válvula durar mais, mas tudo depende do material utilizado no stent. Com a evolução, os cateteres estão cada vez mais finos e isso agrega na facilidade técnica de resultado”, destacou.

“Hoje a evolução dessa técnica é impressionante. Ano a ano o material vem evoluindo.”, apontou O que vai diferir na durabilidade é que, devido ao tipo de tratamento, a pessoa precise usar anticalcificante ou não, já que o implante, que é feito com pericárdio bovino tratado, não tem rejeição, mas tem desgaste.

De acordo com Okino, a técnica cirúrgica convencional nunca vai deixar de ser uma boa opção. “Ela tem recuperação mais lenta, mas é definida pela sua qualidade e garante uma sobrevida maior. As técnicas vão conviver e os médicos sempre vão optar pela que é melhor para cada paciente”, ressaltou. “Antigamente o TMVI era indicado para pacientes mais graves e estudos mais recentes. já estão liberando para pacientes de médio risco.”