Um dos estudos desenvolvidos pelo doutor em Educação Física e pesquisador da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Ademar Avelar, investiga os efeitos dos exercícios em pacientes com HIV. São estudos ainda muito recentes, mas que já apresentam resultados positivos e prometem apontar formas de oferecer mais qualidade de vida a essas pessoas.

O primeiro passo da pesquisa, segundo ele, tem sido encontrar a dose ideal de exercícios para o indivíduo portador do vírus, já que é ela que define se a atividade fará bem ou mal para essa pessoa. "Temos muita cautela nessa fase porque o exercício cria um ambiente estressor, que até certa dose é importantíssimo para gerar adaptação. Se eu não estresso um pouco o organismo, ele não vai trabalhar, por exemplo, para aumentar a massa muscular, para se tornar mais resistente." Por outro lado, se esse estresse causado no organismo passar da dose adequada, isso pode dar ao vírus oportunidade para atacar o sistema imunológico do paciente, deixando-o suscetível a diferentes doenças.

Segundo Avelar, um teste foi feito com exercícios de carga moderada para observar como o metabolismo do paciente reagiria. "Para nossa surpresa, não houve esse ambiente estressor. Por outro lado, observamos melhoras em efeitos colaterais da terapia antirretroviral, como a perda de cognição, perda da capacidade motora e a lipodistrofia, que é a alteração da composição corporal de forma maléfica." As pesquisas, segundo ele, ainda não dão nenhum indicativo de que o exercício físico combata o vírus da aids, mas pode ser uma excelente estratégia de contornar os efeitos colaterais do tratamento. (J.G.)