A água é o principal componente do nosso organismo. O ser humano consegue sobreviver muito mais tempo sem consumir alimentos do que sem ingerir água. Muita gente, porém, não sabe qual é a quantidade adequada de água a ser ingerida ou se baseia na convenção de que 2 litros diários são suficientes. Segundo especialistas, a falta de água, assim como o excesso dela, é prejudicial ao organismo.

A água tem ampla responsabilidade no funcionamento do corpo: fornece nutrientes, regula a temperatura corporal, lubrifica mucosas e articulações e elimina toxinas. "Se ingerimos menos água que o necessário, perdemos energia, a pele fica seca e até o humor muda. Beber pouca água ao longo do tempo pode abrir caminho para diabetes, colesterol alto, problemas de pele e digestivos, fadiga e prisão de ventre", afirma a nutricionista funcional e ortomolecular Silvia Serra.

Segundo ela, a recomendação de ingerir 2 litros de água por dia existe como padrão de saúde geral, mas cada indivíduo tem uma necessidade específica. "O cálculo da quantidade mínima diária é o seguinte: 30 mililitros de água por quilo de peso corporal. Ou seja, uma pessoa que pesa 100 quilos deve ingerir 3 litros de água por dia."

Portanto, a orientação universal de 2 litros diários é válida para quem pesa 65 quilos. E não é só isso. É preciso considerar vários aspectos para que esse mínimo não seja insuficiente. "Uma pessoa que vive num lugar quente, como o Nordeste brasileiro, vai precisar de mais água do que quem vive no Canadá", explica o nutrólogo e endocrinologista Leonardo Higashi.

Essas variáveis tornam mais subjetivo um cálculo que parecia simples. Por isso, a sugestão do médico é observar o próprio corpo. "Se sentir a boca, olhos e lábios secos, é bem provável que esteja precisando de mais hidratação. Se as fezes estão secas e endurecidas, se a urina está muito concentrada, muito amarela, está faltando água."

Imagem ilustrativa da imagem Peso corpóreo determina quantidade de água que pessoas devem beber; faça o cálculo
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Por outro lado, o excesso de água também pode ser prejudicial, provocando a chamada hiponatremia, que pode causar edema cerebral e até levar à morte. "É uma situação em que o sódio fica muito diluído no sangue", explica Higashi. Isso ocorre, no entanto, quando há a ingestão exagerada de água num curto espaço de tempo. "O risco de hiponatremia é maior para pacientes psiquiátricos porque o tipo de medicamento que eles tomam provoca a retenção de água. Numa pessoa em condições normais, o excesso de água é eliminado naturalmente."