Imagem ilustrativa da imagem Nova cirurgia corrige o estrabismo com mínimas incisões
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Crianças são as mais beneficiadas com a rápida recuperação e menores cicatrizes



Uma nova técnica de cirurgia de correção do estrabismo, minimamente invasiva, ofertada em poucos centros do País, entra na rotina do Hospital de Olhos do Paraná, inclusive pelo sistema público de saúde (SUS). Apesar de não haver restrição quanto a idade dos pacientes, os de faixas etárias inferiores são os mais beneficiados com a rápida recuperação e menores cicatrizes. É empregada ainda, para casos de reoperação e, em pacientes com alterações de músculos oblíquos. A procura por ajuda médica, no entanto, precisa ser precoce, para impedir a evolução da doença.

A médica oftalmologista pediátrica Luísa Moreira Hopker, que introduziu o novo procedimento na rotina do Hospital de Olhos, explica que, "o grande diferencial" da nova técnica, denominada de "incisão fórnice", reside no tamanho da incisão, que é muito menor se comparada à tradicional. Além disso, o corte pequeno permanece encoberto pela pálpebra, tornando mais confortável o pós-operatório e propiciando maior segurança.

Otávio, bebê de pouco mais de um ano, foi operado pela nova técnica no Hospital de Olhos do Paraná recentemente. Sua mãe, Juliana Godo, disse que não imaginava que o problema do filho seria corrigido tão rapidamente. Especialmente porque, antes da operação, chegou a ser informada de que ele só poderia passar pela técnica de alinhamento dos olhos quando completasse cinco anos.

"Eu não queria que o meu filho fosse, mais tarde, chamado pelos colegas de vesgo", afirmou a mãe. Por isto, pesquisou por novas soluções, até saber da nova técnica. Levou Otávio para primeira consulta no Hospital de Olhos do Paraná no mês de julho e, em poucos dias, foi agendada a cirurgia, que demorou 45 minutos. A recuperação se deu em dez dias. A criança não tem inchaço nos olhos, não tem pontos externos e o seu tratamento é feito à base de medicação simples com colírios.

Juliana lamenta, no entanto, que ainda haja um número pequeno de pessoas com acesso a tais avanços da medicina. O principal motivo, em sua opinião, é a desinformação, que pode resultar em sério impacto negativo ao futuro de uma pessoa estrábica, tanto do ponto de vista funcional, quanto psicológico.

Crianças estrábicas são vítimas de preconceito na escola, sofrem bullying e são motivos de piada. Por simplesmente terem desvio ocular, adultos chegam a ser taxados de menos capazes. Consequentemente, têm maior dificuldade de relacionamento e, inclusive, para obter emprego, o que os torna com baixa autoestima.

O número de portadores de estrabismo no Brasil, segundo dados do IBGE, gira entre 2% a 4% das crianças na primeira infância. Estudos realizados na Suécia comprovam que pessoas estrábicas têm menos chances de conseguirem um emprego, comparativamente àquelas que não são estrábicas.