O cardiologista londrinense Fernando Reiche destaca que o colesterol LDL possui relação linear com o risco cardiovascular, mas não é o único fator de risco. "Existem outros fatores associados, como hipertensão arterial, diabetes, tabagismo e sedentarismo. O estilo de vida pode provocar melhora do colesterol LDL, porém promove redução limitada de apenas 15% a 20%; em casos mais graves, a medicação é necessária. O principal fator associado à dislipidemia (colesterol alto) é genético", alerta.
Ele aponta que a hipercolesterolemia não apresenta sintomas. "Quando os sintomas aparecem, pode ser tarde. Nos casos familiares, pode haver indícios na história de parentes e no exame físico. A suspeita ocorre quando há casos de dislipidemia grave na família ou quando há história de doença aterosclerótica precoce.

DIAGNÓSTICO
Questionado sobre como detectar a doença precocemente, Reiche ressaltou que a primeira coisa a fazer é um exame de sangue. "Confirmado o problema, podemos realizar avaliação da doença instalada, através de um doppler de carótidas, tomografia com escore de cálcio ou angiotomografia das coronárias", enumera.
Em relação a alimentação, Reiche afirma que a principal indicação é a eliminação de gorduras saturadas, encontradas principalmente em derivados animais, como leite integral, queijos amarelos e carne vermelha.
Para quem não possui hipercolesterolemia familiar (HF), mas tem colesterol alto, é preciso realizar a estratificação de risco para definição de necessidade ou não de tratamento e sua intensidade. As metas de LDL variam de menos de 70 até 160 mg/dL e o principal determinante é o risco de eventos do paciente. "Após iniciado o tratamento com as estatinas, o maior problema é a falta de adesão aos medicamentos e às mudanças de estilo de vida. As estatinas podem causar dores musculares e muitos pacientes suspendem seu uso inadvertidamente. Após iniciado o tratamento, seu tempo de uso é indeterminado e a suspensão depende de alteração importante de estilo de vida e hábitos alimentares. Nos pacientes de maior risco, com infarto prévio, por exemplo, o uso é para o resto da vida", orienta. (V.O.)