Jaqueline Capobianco, infectopediatra: técnica para eliminar secreção que viralizou nas redes sociais não é recomendação de rotina dos especialistas
Jaqueline Capobianco, infectopediatra: técnica para eliminar secreção que viralizou nas redes sociais não é recomendação de rotina dos especialistas | Foto: Gina Mardones



Os pais devem ficar atentos à saúde dos filhos no períodos de temperaturas mais baixas e ar seco. A presidente da Sociedade Paranaense de infectologia, Carla Sakuma de Oliveira, salienta que os pais devem ensinar às crianças a etiqueta respiratória (tossir usando o cotovelo para não contaminar as mãos).

"É muito importante também que eles não mandem a criança que está doente para a escola porque é um local de transmissão", acrescenta. Em casa, ela lembra de individualizar copos e talheres da pessoa doente, pois as principais doenças de inverno são transmitidas por gotículas e secreções.

"As crianças ainda não sabem assoar o nariz e é muito importante eliminar a secreção, pois além do mal-estar que deixa a criança irritada, tem o risco de predispor a outras infecções", afirma a infectologista.

Um vídeo em que a mãe utiliza uma técnica de instilação com soro fisiológico e seringa para eliminar a secreção do nariz da filha viralizou nas redes sociais. Porém, a infectopediatra Jaqueline D. Capobianco comenta que essa não é uma recomendação de rotina entre os pediatras.

"O que recomendamos é pingar o soro delicadamente no nariz da criança para fluidificar a secreção. Não precisa fazer nada vigoroso, com força e volume porque a criança pode engasgar e aspirar. Então, não é qualquer pessoa que sabe fazer a instilação nasal", afirma.

Imagem ilustrativa da imagem MUDANÇA DE TEMPERATURA  - Crianças precisam de cuidados redobrados



DIAGNÓSTICO PRECOCE
O médico alergista Marcello Bossois ressalta a importância de fazer um diagnóstico precoce em relação a alergia respiratória das vias aéreas inferiores. "Especialmente da asma, pois pode haver uma complicação do processo inflamatório do brônquio. O pulmão acaba perdendo a elasticidade e o paciente não só cria um processo destrutivo, mas acaba também tendo um processo restritivo", afirma.

Bossois recomenda, então, que o tratamento com remédios tópicos (em que o paciente aspira o medicamento) deve ser iniciado imediatamente para frear o remodelamento brônquico.

O especialista é coordenador técnico do projeto Brasil Sem Alergia, que existe há 12 anos no Rio de Janeiro e há um ano e meio em Curitiba. O projeto conta com parcerias para oferecer a toda população testes alérgicos (aeroalérgenos ou de alergia alimentar) e prova de função pulmonar.

Na capital fluminense, o serviço é gratuito, mas em Curitiba há uma taxa assistencial única de R$ 20. "O paciente é acompanhado até o final do tratamento por um médico e o agendamento pode ser online, por telefone ou via whatsapp", acrescenta. Na capital paranaense, os atendimentos acontecem aos sábados e até o momento já foram registrados cerca de 2.800 pacientes.

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