O governador Beto Richa participou nesta segunda-feira (19) do encontro em que o presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, apresentou as novas condições para a linha de crédito destinada a Santas Casas, hospitais e entidades filantrópicas. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, também participou da solenidade.

A linha Caixa Hospitais e BNDES Saúde passa a ser operada nesta semana e visa disponibilizar capital de giro a instituições que prestam serviços para o Sistema Único de Saúde (SUS). É destinada a entidades filantrópicas e filiais de entidades não filantrópicas, que antecipa os recursos a receber do Ministério da Saúde/Fundo Nacional de Saúde, referentes aos serviços ambulatoriais e de internações hospitalares prestados ao SUS.

O prazo máximo para pagamento do crédito foi ampliado de 84 para 120 meses, em condição inédita fornecida pelo mercado bancário. Além disso, é possível contratar de seis meses a um ano de carência, sendo que as taxas variam de acordo com o perfil do cliente e a estrutura da operação. Outra novidade é o aumento da margem de consignação de 30% para 35%.

NOVO FÔLEGO – O governador afirmou que a linha de financiamento dá um novo fôlego para as santas casas e hospitais filantrópicos, que já recebem apoio do Estado por meio do programa Hospsus, desenvolvido pela Secretaria Estadual da Saúde. Pelo programa, são repassados recursos do Governo Estadual para custeio, obras e equipamentos a hospitais públicos e filantrópicos, que atendem pacientes do SUS no Paraná.

"É um grande programa em auxílio aos hospitais. Sabemos da situação da saúde pública no País, que faz com que os prestadores de serviço passem por uma dificuldade enorme", disse. Em seis anos, o Governo do Estado repassou R$ 262 milhões para custeio dos 225 hospitais credenciados e mais R$ 119 milhões foram aplicados em obras e equipamentos.

"Os hospitais públicos e filantrópicos têm recebido sistematicamente recursos de nosso governo", afirmou Richa. "Liberamos recentemente mais R$ 37 milhões de recursos extra-teto para os dez maiores hospitais de Curitiba e Região Metropolitana, para que eles possam prestar um serviço ainda melhor à nossa população", ressaltou.

130 MILHÕES – De acordo com Gilberto Occhi, os hospitais e santas casas paranaenses terão R$ 130 milhões disponíveis em créditos pela Caixa. "Isso dará oportunidade aos hospitais de renegociar suas dívidas, pagar fornecedores e a folha de pagamento e utilizar os recursos para a gestão do dia a dia", explicou. "A iniciativa da Caixa Econômica junto com o Ministério da Saúde vem para apoiar os hospitais e faz com que eles tenham condições de atender melhor à população", afirmou Occhi.

Em 2016, a Caixa destinou R$ 800 milhões para a linha de crédito, com previsão de incremento em 2017, consolidando seu compromisso de ser um dos principais apoiadores financeiros do setor, com recursos aplicados na ordem de R$ 2,5 bilhões.

ANTECIPAÇÃO – O ministro Ricardo Barros explicou que as instituições podem antecipar os recursos a receber do Ministério da Saúde, referentes aos serviços ambulatoriais e internações prestadas ao SUS, o que serve como garantia de pagamento da linha de crédito.

"Pedimos o alongamento da linha Caixa Hospitais, ampliando de 84 para 120 meses o prazo de pagamento, para poder apoiar os hospitais filantrópicos e santas casas, para que eles tenham mais capacidade de atender a saúde dos brasileiros", disse Barros. "As santas casas são responsáveis por mais de 50% dos atendimentos do SUS", afirmou o ministro.

APOIO - Durante o evento, os hospitais Nossa Senhora do Rocio, de Campo Largo, e São Vicente, de Curitiba, assinaram contratos de créditos com a Caixa, de R$ 50 milhões e R$ 18,05 milhões, respectivamente.

Para o presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos do Paraná (Femipa), Flaviano Venturin, a linha de crédito representa um grande apoio às instituições. "Dá um fôlego aos hospitais, pois permite um tempo maior de carência e do prazo para pagamento. É um recurso consignado diretamente com o SUS, o próprio Ministério paga a Caixa, retendo o recurso que o hospital iria receber", explicou.

Venturin ressaltou o apoio que essas instituições recebem do Estado. "O Hospsus é um programa excepcional, muitos hospitais paranaenses não fecharam as portas por causa do programa", afirmou.

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, Paraná e São Paulo são os dois únicos estados que têm uma política de incentivo para os hospitais filantrópicos, por entenderem a importância estratégica dessas instituições. "São importantes parceiros na área de urgência e emergência, no atendimento à gravidez de risco e também em algumas especialidades", salientou.

PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário do Planejamento, Cyllêneo Pessoa; o diretor administrativo da agência paranaense do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Orlando Pessuti; o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel; e os prefeitos eleitos de Curitiba, Rafael Greca; de Paranaguá, Marcelo Roque; e de São José dos Pinhais, Toninho da Farmácia.