Até o dia 30 de outubro, cerca de 11 milhões de crianças de 1 a menores 5 anos de idade devem ser vacinadas contra poliomielite. Em Londrina, as doses estão sendo distribuídas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde), exceto nas respiratórias: Jardim Guanabara/Centro, Bandeirantes/Oeste, Ouro Branco/Sul, Chefe Newton e Maria Cecília/Norte e Vila Ricardo/Leste.

Os pais ou responsáveis pela criança devem agendar por telefone ou pela internet (clique aqui), para evitar aglomerações devido à pandemia de Covid-19. No ato da vacinação é necessário levar um documento da criança e é desejável que se tenha a Carteira de Vacinação em mãos.

Poliomielite

Também conhecida no Brasil como paralisia infantil, a poliomielite é uma doença viral altamente infecciosa, causada pelos tipos 1, 2 e 3 do poliovírus. A doença, que não tem cura, acomete principalmente crianças com menos de 5 anos de idade, mas também pode atingir adultos.

“A transmissão da poliomielite pode ocorrer de pessoa para pessoa, por meio de secreções eliminadas ao falar, tossir ou espirrar. É possível, também, que aconteça por transmissão oral-fecal, em decorrência da contaminação da água e de alimentos com fezes”, explica Luiza Helena Falleiros Arlant, membro do departamento de infectologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Até 90% das pessoas infectadas apresentam sintomas leves ou nenhum, mas, mesmo nesses casos, é possível que o ocorra a transmissão do vírus.

Algumas sequelas da poliomielite podem ser dores nas articulações, pé torto, crescimento diferente das pernas, osteoporose, dificuldade na fala, atrofia muscular, hipersensibilidade ao toque e paralisia dos membros inferiores, dos músculos da fala e da deglutição. Aproximadamente um em cada 200 casos leva à paralisia irreversível. Dos que têm paralisia, entre 5-10% morrem após os músculos serem imobilizados.

O último caso de poliomielite registrado no Brasil ocorreu em 1989, sendo que a doença foi considerada oficialmente erradicada no país em 1994. Porém, a queda na cobertura vacinal, com dados de 2019 indicando que nenhuma das vacinas para crianças até um ano de idade atingiram a meta do MS (Ministério da Saúde), traz um alerta para o risco de retorno da doença.

Entre 2018 e 2019, a cobertura da poliomielite para as doses até os 15 meses foi reduzida de 89,54% para 83,74% e, em 2020, está em 65,64% até o momento. A meta do MS é vacinar, no mínimo, 95% das crianças na faixa etária da campanha.

“O esquema vacinal contra a poliomielite no Brasil segue o uso de três doses injetáveis e duas doses de reforço orais. “A vacina oral traz o vírus da pólio atenuado, ou seja, enfraquecido. Já a versão injetável conta com o vírus inativado em todas as doses”, explica Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

As doses estão disponíveis gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde) pelo Programa Nacional de Imunizações, devendo ser tomadas três doses injetáveis contra os três tipos de poliovírus (1, 2 e 3), aos 2, 4 e 6 meses de idade. E duas doses de reforço orais, que protegem contra os poliovírus 1 e 3 devem ser tomadas aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

Confira a lista das UBSs, endereços e telefones no Portal da Prefeitura (clique aqui).

Na rede privada, é possível encontrar a opção da vacina hexavalente, que traz a prevenção contra a poliomielite combinada à proteção de outras cinco doenças (hepatite B, coqueluche, tétano, difteria e doenças causadas pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b) em uma única vacina injetável, devendo ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, com reforço entre 15 e 18 meses de idade e 4 e 5 anos.

Iniciativa para Erradicação Global da Poliomielite

Em 1988, foi lançada GPEI (Iniciativa para Erradicação Global da Poliomielite), que possui como membros a OMS (Organização Mundial de Saúde), Rotary Internacional, CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) e UNICEF.

Posteriormente, se juntaram a Fundação Bill e Melinda Gates e a GAVI, a Aliança da Vacinas. Desde sua implementação, o número de casos de poliomielite no mundo foi reduzido em mais de 99%, partindo de cerca 350 mil ocorrências em 125 países endêmicos para 33 em 2018. Graças ao plano de erradicação da doença, a OMS estima que mais de 1,5 milhão de mortes infantis foram prevenidas.

Além de fazer parte da GPEI, no Brasil, a Sanofi Pasteur é parceira da Bio-Manguinhos, o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), para introdução da vacina inativada contra poliomielite (VIP) no Programa Nacional de Imunizações.