Embora o tratamento contra a da hepatite C tenha evoluído e seja garantido pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ainda há alguns entraves para que os pacientes tenham acesso aos medicamentos e que criam gargalos no processo de combate à doença. Enquanto o exame anti-HVC é amplamente disponibilizado na rede pública de saúde, o teste para detectar o genótipo do vírus ainda é demorado em função dos poucos laboratórios disponíveis. E sem a confirmação da genotipagem, o SUS não libera o tratamento, já que para cada tipo de vírus há medicamentos específicos. "A identificação do genótipo ainda está atravancada no SUS. Antigamente era feita pelos laboratórios centrais dos estados (Lacen), mas não funcionou bem. Em Recife, onde atuo, nós mandamos para São Paulo. O resultado é demorado, em torno de 20 a 30 dias, mas o Ministério da Saúde está querendo resolver", reconheceu o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Edmundo Lopes. "Por isso a importância do diagnóstico precoce."

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Até alguns anos atrás, a necessidade da realização de biópsia no fígado para detectar o grau de comprometimento do órgão também atrasava o início do tratamento, mas segundo Lopes, esse exame foi substituído por outros, mais rápidos.

"A gente tem um certo imediatismo, mas a hepatite C, salvo alguns casos, permite aguardar com tranquilidade para incluir o procedimento terapêutico. O paciente pode aguardar seis meses e até um ano. Cabe ao profissional conseguir tranquilizar e conseguir ter a confiança do paciente", disse o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Sérgio Cimerman.