No dia 3 de abril de 2024, Mayah veio ao mundo a partir de uma experiência tranquila e respeitosa de nascimento. É o que revela a mamãe da recém-nascida, a empresária Gabriela Madalosso Zanatta, 27. Ela conta ter recebido uma assistência humanizada da equipe de profissionais que estava ao seu lado no momento do parto. Humanização que tem sido resgatada, ao longo dos últimos anos, pela obstetrícia. Técnica, cuidado e empatia diferenciam a nova geração de obstetras, que celebram a profissão nesta sexta-feira (12).

O obstetra é o médico especializado na assistência da gestante e atua para promover a saúde e gerenciar riscos. Para isso, conta com o apoio de uma rede de profissionais no período pré-natal, por meio dos exames de ultrassom e laboratoriais solicitados com o objetivo de garantir a segurança da mãe e do bebê. No momento do parto e nascimento, o médico é o profissional que detém o conhecimento e a capacidade de promover intervenções nas vezes em que o parto foge do seu curso natural ou mesmo para a realização de uma cesariana. Neste momento, também tem o suporte da enfermagem e pediatria.

“Seguimos protocolos de assistência da nossa realidade, cultura e País, mas o obstetra tem o papel de individualizar os cuidados pré-natal e de orquestrar as condutas para garantir a segurança da mãe e do bebê, cuidando do processo fisiológico natural do nascimento e intervindo, se necessário”, explica o médico ginecologista e obstetra, Jad Kaue Domene.

Jad Kaue Domene, ginecologista e obstetra: "A humanização é algo que tem que ser trabalhado desde o início, com os nossos filhos"
Jad Kaue Domene, ginecologista e obstetra: "A humanização é algo que tem que ser trabalhado desde o início, com os nossos filhos" | Foto: Arquivo Pessoal

Ele lembra que o Brasil saiu de uma cultura de parto domiciliar, em que os nascimentos eram conduzidos por parteiras, detentoras do conhecimento prático, que, em geral, tinham desfechos muito positivos, já que nascimentos fisiológicos e naturais raramente pedem intervenções, mas, quando estas se faziam necessárias, não havia recursos, por isso, os resultados poderiam ser catastróficos. Para gerenciar esses riscos e garantir mais segurança para mãe e bebê, as mulheres foram direcionadas para o ambiente hospitalar.

“A partir do momento em que o parto foi institucionalizado, começaram as intervenções desnecessárias, com resultados muito ruins, tão questionáveis quanto aqueles que eram desastrosos nas casas, nos ambientes que não eram profissionais”, lembra o médico.

A humanização, segundo ele, envolve assistência, ambiência, cuidados e práticas. A cada dia, isso tem sido mais discutido e resgatado. Um conjunto de ações que não se aprende na universidade, que entrega apenas o ensino técnico. “A humanização é algo que tem que ser trabalhado desde o início, com os nossos filhos. Em todas as relações precisa haver humanidade, empatia, algo que não é a universidade quem vai ensinar, e sim essa pessoa humana que vai ter contato com o técnico e administrar muito bem, não só na área médica, mas em todas as áreas”, analisa Domene.

ACOLHIMENTO

Felizmente, a realidade da assistência às gestantes vem mudando e a experiência da Gabriela está aí para provar que é possível parir com liberdade, autonomia e segurança, em um ambiente hospitalar, preparado e agradável, com o apoio de uma rede de profissionais capacitada. Para ela, o acolhimento, respeito e a prontidão foram os diferenciais do atendimento recebido das enfermeiras, obstetra e pediatra do Hospital São Francisco, em Cambé (Região Metropolitana de Londrina).

“Minha experiência foi incrível. A enfermeira foi muita atenciosa, ficou ao meu lado durante todo parto me auxiliando e me ajudando a enfrentar as dores. O quarto é lindo e acolhedor, desenhado especialmente para as mamães. Me senti muito amada por todos os envolvidos. E não poderia deixar de ressaltar o trabalho do doutor Jad, que foi extremamente incrível, respeitoso e amoroso. Jesus me guiou até ele e sou muito grata”, relata.

A enfermeira obstetra do Hospital São Francisco, Patrícia das Neves, diz que o papel das enfermeiras obstetras é acolher, encorajar, passar confiança, oferecer técnicas de relaxamento e alívio da dor, promover uma comunicação clara e respeitar o plano de parto da gestante, deixá-la livre para se movimentar dentro da sala de parto, garantir um ambiente aconchegante, por meio da iluminação mais adequada e música, se for o desejo dela.

“A gente trabalha para criar um ambiente para a paciente se sentir confortável, num espaço que não remeta a um hospital, mas onde ela esteja segura. Mostramos que estamos em total vigilância em relação ao bem-estar do bebê e da mãe e atentas para cuidar dos dois, caso alguma coisa saia do planejado”, explica.

Nascimento de Mayah foi tranquilo e respeitoso, segundo a mãe Gabriela Madalosso Zanatta
Nascimento de Mayah foi tranquilo e respeitoso, segundo a mãe Gabriela Madalosso Zanatta | Foto: Arquivo Pessoal

SAÚDE DO BEBÊ

A pediatra do hospital, Luziana Suzuki Brambila, descreve que a assistência humanizada ao bebê significa aguardar o trabalho de parto espontâneo para que ele venha ao mundo na sua hora, da forma mais natural possível e com o mínimo de intervenção. Por isso, a importância de obstetra e pediatra estarem alinhados em sala de parto, para que o ambiente seja tranquilo e respeitoso e não haja divergência de condutas.

“Ao nascimento, o contato pele a pele imediato favorece o vínculo mãe-bebê e promove o aleitamento materno precoce. O clampeamento oportuno de cordão umbilical diminui os riscos de anemia no bebê e ele tem menos chances de receber intervenções desnecessárias”, afirma.

A pediatra completa que, para garantir um atendimento respeitoso e humanizado, o hospital tem que oferecer um ambiente acolhedor e tranquilo, onde o protagonismo da mulher prevaleça; uma equipe alinhada, atualizada e aberta a receber profissionais que compõem a assistência desde o pré-natal, como doula, enfermeira obstétrica, fisioterapeuta pélvica, fotógrafa. (Com informações da assessoria)