Estimativas apontam que o Brasil é um dos países com maior incidência de câncer bucal. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são esperados para este ano 15 mil novos casos da doença no País. O câncer de boca geralmente é identificado em pessoas com mais de 40 anos, que são ou foram tabagistas, etilistas, possuem má higiene bucal ou usam próteses dentárias mal ajustadas. O grande problema da doença, de acordo com o cirurgião dentista e professor da disciplina de Diagnóstico Bucal da Unopar, Marcelo Lupion Poleti, é que na maioria dos casos o diagnóstico é tardio. "A lesão inicial do câncer não dói e quando ela ocorre dentro da boca, geralmente aparece embaixo ou nas bordas da língua, o que dificulta a visualização", explica. Outra possibilidade é do câncer de boca ser identificado nos lábios - neste caso ele geralmente é provocado pelo excesso de sol e é mais facilmente identificado pelos pacientes.

Diante da suspeita de câncer bucal é indicada a realização de uma biópsia para confirmar o diagnóstico. Quando descoberta no início, a doença tem grandes chances de cura, mas esta é a realidade da minoria dos pacientes. "Mais de 50% das pessoas são diagnosticadas em estágio avançado e nestes casos pode ser necessário fazer cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Há casos em que o câncer entra em metástase e provoca o óbito do indivíduo", salienta Poleti. Este tipo de situação pode ser prevenida com visitas periódicas ao dentista. As avaliações clínicas anuais ou semestrais reduzem o risco de encontrar uma lesão em estágio avançado. (M.A.)