Imagem ilustrativa da imagem Aromas que curam
| Foto: Marcos Zanutto
Eu gosto muito do aroma de lavanda; ele resolve uma série de coisas, harmoniza o ambiente, me ajuda quando estou chateada", afirma a consultora Silvia Guimarães
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Ao atingir o olfato, um aroma pode despertar memórias de infância, pode abrir o apetite a uns, provocar náuseas a outros e também pode curar. Através de óleos essenciais de plantas, cuja química natural apresenta princípios ativos que provocam as mais diversas reações no organismo, a aromaterapia estimula a parte do cérebro ligada à dor, digestão, sono, respiração, circulação sanguínea. Assim, essa prática terapêutica não convencional e naturalista promove bem-estar mental, emocional e físico. No entanto, apesar de natural, é preciso tomar alguns cuidados na prática dessa terapia.

A literatura sobre o assunto garante que a aromaterapia existe há mais de seis mil anos, num tempo em que não havia medicamentos. Mas só no século 19 os cientistas decidiram dedicar-se ao estudo dos efeitos destes óleos essenciais nas pessoas. O termo "aromaterapia" foi invenção do químico francês René Maurice Gattefosse, que descobriu os poderes curativos do óleo de lavanda quando queimou as mãos no seu laboratório de perfumes e, procurando alívio, mergulhou-as num recipiente com óleo de lavanda. O alívio da dor foi imediato e o processo de cicatrização rápido e sem infecções.

A aromaterapia tem efeito indireto sobre o sistema imunológico, que potencializa a capacidade do corpo de curar a si próprio. Isso porque os óleos essenciais têm poderosos efeitos revigorante, antioxidante, bactericida, antiviral, antifúngico, anti-inflamatório, ansiolítico e antiespasmódico.

Acne, herpes, alergia, ansiedade, artrite, asma, bronquite, rugas. Segundo o doutor em nutrição e expert da aromaterapia, Gilclay Gomes de Abreu, tudo isso pode, comprovadamente, ser tratado com os óleos essenciais. "São óleos extraídos de flores, cascas, frutos, caules, folhas, raízes e outras partes da planta. Além de inalados, eles também podem ser absorvidos pela pele e vão viajar pela corrente sanguínea, promovendo a cura do corpo inteiro", explica. Segundo ele, é justamente esse o objetivo da aromaterapia: afetar não apenas um sintoma, mas a pessoa como um todo, unificando processos fisiológicos, psicológicos e espirituais.

VERSATILIDADE
O tratamento com aromaterapia pode ser feito de várias formas, oferecendo a versatilidade necessária para se compatibilizar com qualquer rotina. "Os óleos podem ser utilizados em banhos, escalda-pés, massagens, compressas, inalações, borrifadores, vaporizadores, difusores. Hoje, existem até difusores pessoais, com uma microcerâmica onde se coloca um algodãozinho com uma gotinha do óleo e usa como um colar", conta a naturoterapeuta Silvia Bachstein.

Em muitas dessas formas de uso, o óleo deve ser diluído porque, apesar de ser uma substância natural, o óleo essencial é muito concentrado e pode ser tóxico, principalmente se aplicado na pele. O único que pode ser aplicado diretamente no corpo sem o risco de causar irritação é o óleo de lavanda. "No banho, basta algumas gotinhas diluídas na água. Na massagem, o óleo pode ser diluído em cremes ou óleos vegetais, como o de amêndoas ou sementes de uva", orienta Silvia. Uma ou duas gotas do óleo é suficiente para uma colher de sopa do produto diluente.

A consultora Silvia Guimarães conhece bem toda a versatilidade da aromaterapia. Avessa às terapias convencionais, médicos e alopatia, ela é adepta dos óleos essenciais há cerca de quatro anos. O óleo de lavanda é o mais frequente. "Eu gosto muito do aroma de lavanda e ele resolve uma série de coisas, harmoniza o ambiente, me ajuda quando estou chateada", conta.

Mas outros óleos essenciais estão presentes nas mais diferentes situações da rotina dela. "Eu uso óleo de alecrim no ambiente quando paro para resolver um problema, uso o de rosas embaixo do travesseiro para dormir bem, o tea tree eu uso para questões mais patológicas, por exemplo, num escalda-pés quando sinto que vou gripar", conta.

CUIDADOS
A aromaterapia é considerada uma terapia complementar, que não deve substituir o tratamento médico. A grande vantagem dos óleos essenciais sobre os remédios alopatas é o fato de serem naturais e oferecerem raríssimos efeitos colaterais, como alergias. Por segurança, Silvia Bachstein sugere que se faça um teste em uma pequena área da pele antes de utilizar um óleo essencial no corpo.

Segundo ela, alguns óleos essenciais podem até mesmo ser ingeridos ou utilizados em gargarejos. "O óleo de menta, por exemplo, pode-se tomar e é ótimo para dor de cabeça. Mas para ingerir qualquer óleo essencial, é preciso a orientação de um terapeuta", alerta. Outro cuidado recomendado pela naturoterapeuta é utilizar o óleo essencial natural e não as essências sintéticas. "O óleo sintético só pode ser utilizado em difusores, nunca em contato com o corpo. Já o natural pode ser utilizado para qualquer tipo de aplicação", justifica.