Em Mauá da Serra, reserva Monte Sinai vai voltar a funcionar graças ao retorno do repasse do ICMS ambiental
Em Mauá da Serra, reserva Monte Sinai vai voltar a funcionar graças ao retorno do repasse do ICMS ambiental | Foto: Fotos: Gina Mardones



Animais silvestres apreendidos no Paraná contam apenas com a boa vontade de empresas privadas para receberem acolhimento e, quando possível, serem preparados para retornar à natureza. O Estado não tem nenhuma instituição pública que se responsabilize pelo trabalho, conforme reconheceu Edilaine Vieira, diretora de licenciamentos especiais do IAP (Instituto Ambiental do Paraná). Diante do alto custo para manter toda a estrutura necessária para manter e readaptar os bichos, porém, instituições ligadas à iniciativa privada também estão fechando.



Na Região Metropolitana de Curitiba, a PUC-PR desativou recentemente o Cetas (Centro de Triagem de Animais Silvestres) que mantinha em Tijucas do Sul, alegando que a atividade não se relaciona com o foco da instituição. A maior parte dos animais foi entregue ao IAP, que os realocou. Como não houve permissão para soltar ou doar 72 tartarugas da espécie Trachemys scripta – considerada invasora -, foi autorizada a eutanásia das mesmas.

Na região de Londrina, o Parque das Aves, em Apucarana, foi fechado por não estar em conformidade com as exigências da legislação ambiental. A prefeitura informou que não tem interesse em reabrir o local. Em Mauá da Serra, após quatro anos, a RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Monte Sinai vai voltar a funcionar graças ao retorno do repasse do ICMS ambiental.

Imagem ilustrativa da imagem Paraná não tem estrutura pública para animais apreendidos
| Foto: Folha Arte



Edilaine explica que, hoje, quando há apreensão de animais silvestres, agentes dos diversos órgãos de fiscalização são orientados a entregá-los nos escritórios regionais do IAP. As ocorrências podem ser relativas a criação, venda ou posse de animais irregulares. "Para criar ou comercializar, é preciso autorização legal", reforça.

Os escritórios são "improvisados" para acolher as espécies, pois, conforme a gerente, a recomendação é que o local seja usado apenas para triagem. Ao observar a atitude dos bichos e avaliar informações como tempo de cativeiro e condições de saúde, os fiscais já conseguem identificar se é possível soltá-los imediatamente.

Quando não é possível, são encaminhados para os escritórios e, posteriormente, a mantenedouros conveniados, como institutos conservacionistas ou zoológicos. Conforme apurou a reportagem da FOLHA, na região de Londrina não há nenhuma instituição apta para isso.

Edilaine esclarece ainda que os institutos são empreendimentos que recebem animais apenas para preservação, sem objetivo comercial, ao contrário dos zoológicos, que podem cobrar para visitação. Outra modalidade de encaminhamento é a entrega a pessoas físicas para termos de guarda. "O custo para manter os animais é alto e não oferece retorno financeiro. Mas ainda existem pessoas que amam os bichos e querem contribuir", diz.

Ela afirma que existe previsão de o Estado assumir o Cetas de Tijucas do Sul a partir do ano que vem, com gerenciamento do IAP. "A estrutura deve estar disponível para animais apreendidos na capital e no litoral. No interior, o atendimento continuará nos escritórios. "Vamos assinar um termo de compromisso para instalar um Cetas também em Ponta Grossa", prevê.

A gestora não vê, a curto prazo, a possibilidade de reduzir a demanda para esse tipo de serviço. "A maioria das pessoas tem consciência mínima e continua retirando os bichos da natureza", lamenta.

Em Telêmaco Borba (Campos Gerais), o Parque Ecológico da Klabin, desde 1980, recebe e trata animais silvestres feridos e realiza estudos e pesquisas em fauna e flora. Atualmente o espaço está recebendo melhorias em sua estrutura. Foram construídos mais de 20 mil metros quadrados em recintos, além de um novo centro de reabilitação para os animais resgatados.

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