Eventos como tempestades de granizo pontuais ou descargas elétricas podem ocorrer, a exemplo dos vários casos registrados no Paraná nos últimos meses
Eventos como tempestades de granizo pontuais ou descargas elétricas podem ocorrer, a exemplo dos vários casos registrados no Paraná nos últimos meses | Foto: Anderson Coelho/23-03-2016
Imagem ilustrativa da imagem CLIMA - Risco de granizo e incêndios



Vendavais, enxurradas, chuvas intensas, granizos e estiagens são os desastres naturais mais comuns no Paraná, conforme levantamento da Defesa Civil do Estado. Com a possibilidade de configuração do fenômeno La Niña, o tenente coronel Edemilson de Barros, coordenador executivo estadual de proteção e defesa civil, alerta que os riscos de ocorrências mais prováveis nos próximos meses sejam de tempestades de granizo, descargas elétricas e alagamentos decorrentes de chuvas concentradas em áreas suscetíveis a esse tipo de desastre. Ele não descarta também o risco de estiagem, a exemplo do que aconteceu em 2012, quando houve 165 registros. O tempo seco, no caso, aumenta a possibilidade de incêndios florestais.
Barros participou em agosto de uma reunião da Comissão de Proteção e Defesa Civil do Conselho Permanente do Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) para debater o clima previsto para os próximos meses. "Meteorologistas relataram que vivemos um processo de transição de El Niño para La Niña. Se confirmar, teremos volume de chuvas dentro ou abaixo da média, porém com distribuição irregular, ou seja, pode chover pouco em alguns lugares e muito em outros", alerta.
A Defesa Civil avisa que eventos como tempestades de granizo pontuais ou descargas elétricas podem ocorrer. "No litoral, principalmente, há registros de mortes por queda de raios. Em caso de tempestade, é importante que as pessoas se protejam", destaca.
O granizo, que causou sérios estragos em cidades como Foz do Iguaçu e Ipiranga no ano passado passado, pode voltar a ocorrer nos momentos de entrada de frentes frias. "Não tem como evitar, mas a Defesa Civil está preparada para alertar os municípios sobre a possibilidade de ocorrência dos eventos", diz, destacando que o Estado tem dois grandes radares e, baseado em modelos matemáticos integrados a estações meteorológicas, emite os alertas para as regiões em risco.
"Infelizmente nem sempre é possível evitar estragos, mas dá para proteger as pessoas", defende, lembrando que, diante do aumento das diferenças de temperatura, as residências precisam ser preparadas para impactos.
Outro alerta do tenente é que, em caso de destelhamento, os moradores não subam em telhados molhados para tentar consertar. "Apenas profissionais especializados devem mexer, mas só depois que a estrutura estiver seca", avisa.

Seca
Diante da previsão de menos chuva na temporada, Barros alerta que os paranaenses já podem começar a pensar em economizar água. Outro risco da estiagem são os incêndios florestais, ampliados pela vegetação seca. "A população não deve realizar queimadas em hipótese alguma, seja no campo ou na cidade", pede.
Outro risco, em algumas regiões, são os incêndios provocados por balões, uma prática perigosa para as pessoas e para o meio ambiente. "Lixo acumulado favorece o risco de incêndios, pois o fogo pode ser iniciado por incidência de raios solares sobre vidro. Além disso, o lixo favorece a formação de enchentes", diz. O péssimo hábito de jogar bitucas de cigarro no ambiente é outro fator de risco para incêndios.

Sanepar
Gil Gameiro, gerente industrial da Sanepar na região metropolitana de Londrina, explicou que a companhia de água e esgoto opera o sistema de acordo com previsões a curto prazo, mas garante que, por enquanto, a região de Londrina não corre grandes riscos de desabastecimento.
"O ano foi bastante chuvoso, por isso, os lençóis estão abastecidos. A estiagem do inverno foi normal. Em termos médios, a carga hidráulica dos rios está favorável", avalia.
Diante da possibilidade de uma mudança climática, porém, ele alerta a população sobre a necessidade de fazer uso racional da água. "Em todas as condições, é preciso evitar o desperdício, pois a água que é jogada fora vai acabar faltando para alguém", considera.