Brasília O ministro da Defesa, José Viegas, defende o espaço ocupado na Esplanada dos Ministérios por seus subordinados. ''O Ministério da Defesa é uma organização complexa, que se baseia em três Forças Armadas, totalizando mais de 330 mil pessoas. O fato de haver quatro prédios ligados ao Ministério da Defesa reflete uma situação preexistente, quando existiam quatro ministérios militares'', justifica Viegas, ao assegurar que os espaços nos edifícios ''são muito bem aproveitados''.
Não é possível, diz o ministro, acomodar os comandos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica num único prédio porque cada um tem a sua especificidade. ''Se existiam quatro ministérios militares é porque há um volume de negócios de interesse do Estado compatível com isso. Além disso, as forças singulares também têm suas especificidades. Portanto, não passa pela cabeça de ninguém que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica fiquem em um mesmo prédio ou que se coloque um outro ministério civil junto com uma das forças.'' Ao insistir que os prédios dos comandos na Esplanada têm ''uma utilização justa, correta e adequada'', o ministro afirma acreditar que ''outras possíveis soluções complicam muito mais do que resolvem''.
Viegas lembra que o prédio do Ministério da Defesa onde está instalado, ao contrário de outros, não tem um anexo. Os críticos civis lembram que um dos prédios militares da Esplanada, o Bloco O, não abriga sequer o Comandante do Exército, que fica no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano, a 5 quilômetros da Esplanada. Fica ali o Comando Militar do Planalto, órgão considerado de terceiro escalão.
Apesar da queixas, a situação não deve ser mudada. ''Conversamos, olhamos, mas preferimos não mexer nesse vespeiro'', diz um ministro que prefere não se identificar. ''É melhor continuarmos tentando nos espremer em alguns locais, sem criar confusão com os militares.''