A Corte do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná cassou, por unanimidade, os mandatos do prefeito e do vice de Cascavel, Edgar Bueno (PDT) e Maurício Querino Theodoro (PSDB). Segundo o relator do processo no tribunal, Marcos Roberto Araújo dos Santos, os políticos "criaram verdadeira campanha difamatória e caluniosa, conforme reconhecido em duas oportunidades por esta Corte, abusando de seu direito ao explorar fatos distorcidos e verdadeiro factóide em desfavor de seu oponente". Bueno, reeleito em 2012, venceu, no segundo turno, o Professor Lemos (PT), por 55% a 44%.
Para o TRE, o prefeito abusou do poder político, além de ter utilizado os meios de comunicação para acusar Lemos de "falsidade ideológica" para concorrer ao cargo de prefeito do município. "Fizemos um programa no horário eleitoral mostrando que ele (Professor Lemos) não morava em Cascavel. Mostramos que mantinha vínculos com Curitiba, mas tinha alugado imóvel aqui para apresentar à Justiça Eleitoral, como comprovante de endereço", afirmou Bueno à FOLHA, ontem. Ele alegou ter utilizado corretamente o espaço na mídia, sem distorcer informações. Porém, para o TRE, a "discussão judicial acirradíssima que ocorreu em torno do fato dá a noção da comoção popular gerada pela divulgação dos fatos de forma distorcida".
Bueno afirmou que vai recorrer contra a decisão, com o objetivo de permanecer no cargo, enquanto tenta reverter a cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas, se não conseguir efeito suspensivo, ele deixa o Executivo após a publicação do acórdão. O advogado Guilherme Gonçalves, que defende o Professor Lemos, afirmou que ainda não está definida como será a sucessão na Prefeitura de Cascavel. "Existem duas possibilidades, temos que esperar qual será o entendimento do TRE, se determina novas eleições entre o segundo e terceiro colocados, ou se o Lemos toma posse imediatamente."