Escolhido pelo PSD para ser pré-candidato a prefeito em Londrina, o deputado estadual Tiago Amaral avalia que não é preciso "refundar a cidade", mas que os problemas precisam ser enfrentados. Ele concedeu entrevista à FOLHA nesta sexta-feira (26), já com a pré-candidatura oficializada pelo partido e com apoio do governador Ratinho Junior.

O PSD tinha outros nomes cotados para a disputa - como a deputada federal Luísa Canziani, que preside a sigla em Londrina, e a estadual Cloara Pinheiro -, mas no começo de abril definiu que Amaral seria o nome da pré-candidatura.

"Fomos basicamente nós três que ficamos nessa discussão e, depois de avaliar muitos critérios, a caminhada, o tempo, avaliar o momento de cada um no processo político, chegou-se à conclusão que meu nome seria, para este momento, o nome do PSD", conta o deputado.

O deputado reforça que o apoio do governador é central na sua pré-candidatura. Sem a aproximação de Ratinho Junior, ele não seguiria esse caminho.

“O apoio do governador e a presença dele nesse processo são fundamentais, tanto para ganhar a eleição que iremos na sequência, confirmando nossa candidatura, disputar, mas principalmente pela gestão que a gente pode fazer”, avalia. “Eu não questiono a boa relação que o governador tem com a cidade, que é muito boa mesmo, mas o nível de confiança, de história de trabalho que eu tenho com o Ratinho é muito grande.”

Além do governador, outro cabo eleitoral importante na eleição municipal será o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O PSD e o PL, inclusive, deverão caminhar juntos nas principais cidades paranaenses - o que não será diferente em Londrina.

“Essa construção já vinha sendo feita por mim e pelo Filipe [Barros, deputado federal do PL] desde 2022”, citando que os partidos “têm o caminho muito colado aqui no estado”.

“Essa junção entre PSD e PL é muito forte porque junta duas grandes personalidades que temos no Brasil e em especial para Londrina, que é o Ratinho Junior e o Bolsonaro. O apoio desses dois em Londrina é fundamental e fala muito sobre o candidato que vai representá-los”, acrescenta.

‘LONDRINA PRECISA VOAR’

O parlamentar está em seu terceiro mandato seguido na AL (Assembleia Legislativa) e, em 2020, disputou a prefeitura de Londrina pela primeira vez. Ele ficou em quinto lugar, com 10.808 votos; dois anos depois, foi reeleito deputado estadual com 112.731 votos.

Amaral acredita que a eleição para prefeito é a oportunidade de discutir a cidade, olhando de perto o dia a dia das pessoas. É o momento de “ser confrontado com a realidade” do centro, da periferia, do transporte coletivo, da saúde pública, da geração de emprego etc.

E, mesmo reconhecendo que Londrina vive um bom momento, tendo "reorganizado" a casa nos últimos anos, diz que esta é a hora de aperfeiçoar o projeto e garantir protagonismo para a cidade nos próximos anos.

“Londrina precisa voar, tem que decolar. Tem que voltar a ser a capital do interior do estado, tem que voltar a ser a cidade referência, tem que voltar a ser modelo de gestão, de inovação, tem que voltar a ser referência para a chegada de empresas e indústrias”, citando o desenvolvimento humano e econômico como foco de uma eventual gestão. “Quando a gente fala de desenvolvimento, tem que ficar claro que desenvolver aqui é cuidar das famílias, cuidar das pessoas. Isso é desenvolver a cidade.”

‘RESOLVER PROBLEMAS’

Para o pré-candidato, o maior erro que alguém pode cometer ao entrar na gestão municipal é tentar “refundar a cidade”. Ele enfatiza, no entanto, que é preciso fazer o município “aprimorar, aperfeiçoar e avançar”.

“Eu nunca serei uma daquelas pessoas que chegam com a ideia de ser um marco, um antes e um depois, que a cidade não prestava e comigo ela vai prestar. Eu amo essa cidade e quem fez Londrina foram todos aqueles que ajudaram a desenvolvê-la e aprimorá-la”, apontando a necessidade de enfrentar os problemas da cidade.

LEGISLATIVO DE LONDRINA

Na disputa pelas cadeiras da CML (Câmara Municipal de Londrina), a perspectiva do PSD é aumentar sua representatividade. Hoje, a sigla tem apenas o vereador Giovani Mattos, mas espera fazer três cadeiras em outubro. Além disso, a legenda está alinhada com partidos como Agir, Avante, PRD, Novo e o PL.