O quadro eleitoral de Curitiba esteve no noticiário nacional desta semana. O deputado federal Beto Richa (PSDB) chegou a ser convidado para se filiar ao PL, visando a disputa da Prefeitura de Curitiba, mas os planos não saíram do papel com a negativa do PSDB em conceder a carta de anuência para desfiliação. Apesar disso, o tucano diz que segue como pré-candidato, almejando o Executivo da capital.

É um cenário em que o ex-deputado federal Paulo Martins já vinha se colocando à disposição como pré-candidato do PL à majoritária. O deputado estadual Ricardo Arruda é outro que pode concorrer em outubro pela legenda - ele, inclusive, criticou a possibilidade de Richa se filiar ao partido de Jair Bolsonaro.

Olhando as peças do tabuleiro político, a dúvida que fica é qual será o apoio do governador Ratinho Júnior (PSD), que deve ficar ao lado do vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD).

Na avaliação do cientista político e professor da PUC-PR, Mario Sérgio Lepre, a ida ao PL seria benéfica para Richa, já que o PSDB perdeu muita força nos últimos anos. O problema é que a confusão da última semana causou mal-estar no Partido Liberal. “Seria muito difícil trabalhar esse apoio [dentro do PL]”, acredita.

Lepre também avalia que Martins é um nome forte para concorrer ao Senado, na hipótese de Sérgio Moro (União Brasil) ser cassado e eleições suplementares serem convocadas no Paraná. Arruda, por outro lado, pode tentar se eleger deputado federal em 2026.

“Se o Paulo Martins se lançar a prefeito, eu não sei o que o Ratinho vai fazer, porque me parece que já há um entendimento sobre o Eduardo Pimentel”, afirma Lepre, pontuando que Martins “tem a vantagem de trafegar no ambiente” do governador.

O cientista político também lembra que Curitiba, tradicionalmente, costuma votar em candidatos de direita e "muita divisão" nesse espectro político vai gerar problema. Um nome que poderia agregar o voto de esquerda seria o deputado federal Luciano Ducci (PSB).