No Norte, 71% dos juízes ganham acima do teto
A população do Acre e de Roraima, tem baixíssimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), mas seus 172 juízes e desembargadores (inclusive aposentados) não têm do que se queixar. Do total, 122 (70,9%) receberam em julho mais que o limite constitucional. Chama atenção o caso de um desembargador de Roraima que recebeu R$ 107 mil, com "desconto" por conta do teto constitucional de apenas R$2.

Abuso imparável
Roraima tem 60 magistrados na folha, dos quais 36 (60%) receberam acima do teto e apenas dois tiveram desconto. No valor de R$ 2,03.

Teto pra quê?
Cada magistrado em Roraima recebeu em média R$ 35,6 mil. No Acre, a média foi ainda maior, R$37,1 mil, ambas acima do teto constitucional

Ainda pior
Dos 112 magistrados do Acre, 86 (76,7% do total) não respeitaram o teto e apenas cinco tiveram algum abatimento no salário.

Tesoura à vista
Os privilégios em tribunais de justiça de todo o País estão sob exame do Tribunal de Contas da União e do Conselho Nacional de Justiça.

Torcida no Congresso é pela ‘normalidade’
Funcionários e parlamentares torcem pelo "retorno da normalidade" no Congresso, que entrou em parafuso desde a divulgação do grampo e das delações de Joesley Batista, do grupo J&F/JBS, seu irmão Wesley, além do lobista do grupo. O ritmo habitual da Câmara e do Senado é de trabalho legislativo apenas entre terça e quinta-feira, com trabalho "extraordinário" relegado às segundas. Sextas nunca mais.

Sexta é folga
Após o debacle da delação da JBS o clima ficou mais leve e deputados sequer trabalharam sexta, apesar da segunda denúncia contra Temer.

Mudou muito
A primeira denúncia, ao contrário da segunda, levou pânico ao governo e euforia à oposição, mas agora a história é favorável ao Planalto.

Presidente blindado
Deputados governistas alegam que a segunda denúncia contra Temer é prejudicada pela mistura que faz com fatos anteriores ao mandato.

Quem trabalha
Celso Jacob (PMDB-RJ), um dos únicos a bater o ponto na Câmara dos Deputados na sexta (22), só foi trabalhar porque está preso na Papuda, condenado por falsificar documento e fraudar licitação.

Cortesia brasileira
Em Berlim como observador das eleições, o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi convidado a se hospedar na residência do embaixador do Brasil, Mário Vilalva.

Partido de condenados
Petistas expulsam filiados como Delcídio Amaral e Antonio Palocci que denunciam falcatruas no PT. Os já condenados por graves crimes, por sua vez, como José Dirceu e Delúbio Soares, são até homenageados.

Opção interessante
Projeto do senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) é uma alternativa ao "fundão" de financiamento eleitoral: prevê o fim da propaganda de rádio e TV e o uso do dinheiro, R$1,5 bilhão, para o TSE distribuir na eleição.

Burrada
A Associação de Comércio Online diz que 60% da demanda dos Correios se refere a entregas do e-commerce. Ainda assim, a estatal acabou o e-Sedex, que entregava (com desconto) compras na internet.

Queda inédita
O custo do item "Pessoal Ativo da União" da Câmara dos Deputados caiu de valor, segundo o orçamento previsto para 2018. Em 2017 o aprovado foi R$ 2,780 bilhões, em 2018 caiu para R$ 2,762 bilhões.

Manobra contra aborto
Será votado no dia 4 um "jabuti" de Jorge Mudalen (DEM-SP) numa PEC sobre licença-maternidade. Na prática seria uma manobra para abrir brechas à proibição do aborto em qualquer circunstância.

Para que a pressa?
Pergunta o leitor Cláudio Aranha, intrigado com os ritos e prazos da Justiça Eleitoral: qual a necessidade de se conhecer o eleito no mesmo dia da votação, se a posse será só três meses depois?

Pensando bem...
...o governo não tem votos para mudar a Previdência, assim como a Previdência não tem grana para se sustentar.

PODER SEM PUDOR
Marcação cerrada
Quando o presidente Jânio Quadros renunciou, o vice João Goulart visitava a China e os militares diziam não aceitar sua posse. Até democratas sinceros pediam a desistência de Jango. Já em Paris, na viagem de volta, ele recebeu um telefonema preocupado de Juscelino Kubitschek, advertindo que o País estava "à beira de uma guerra civil". O senador Barros Carvalho, que acompanhava João Goulart, tomou o telefone e calou JK:
- Não haverá renúncia. Eu não vou deixar. Agarro as mãos do presidente e não largo, mas ele não assina a renúncia!
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Com André Brito e Tiago Vasconcelos
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