"Os caminhos vão ser dolorosos, mas necessários", alertou Marcelo Belinati sobre as medidas de contingenciamento que serão anunciadas na próxima semana
"Os caminhos vão ser dolorosos, mas necessários", alertou Marcelo Belinati sobre as medidas de contingenciamento que serão anunciadas na próxima semana | Foto: Saulo Ohara/2-1-2017



O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), decretou contingenciamento de R$ 30,7 milhões na execução do orçamento por tempo indeterminado, com foco nos recursos livres da Administração Direta e Indireta do município. Conforme o decreto, publicado na edição desta quinta-feira (26) no Jornal Oficial do Município (JOM), ficam poupadas apenas as Secretarias Municipais de Educação, de Saúde e de Assistência Social. Entretanto, os gastos destas pastas também devem ter a autorização do prefeito, pois o aperto no cinto representa corte de 40% do custeio da administração e de 100% nos investimentos.
O contingenciamento pode ser tomado pelo chefe do Executivo, independentemente da aprovação parlamentar, e consiste no retardamento ou, ainda, na inexecução de parte da programação de despesas previstas em Lei Orçamentária, em função da insuficiência de receitas.
Procurado pela FOLHA, Belinati afirmou que a medida se justifica por causa da previsão de deficit de R$ 120 milhões no orçamento até o final do ano, projeção em razão do crescimento maior das despesas em relação às receitas. Portanto, o contingenciamento ainda não cobriria o buraco anunciado. Segundo ele, a economia já está sendo praticada pela equipe desde o começo da gestão. "É apenas o início de várias medidas que vamos adotar e que serão anunciadas nos próximos dias. Os caminhos vão ser dolorosos, mas necessários", alertou Belinati.
Ele evitou revelar os detalhes de como vai enfrentar o que classifica de "pior crise" da cidade. "Londrina já passou por crises políticas muito complicadas, mas nunca por uma crise financeira deste tipo, que estamos enfrentando agora." Para o prefeito, "a cidade tem que ser rediscutida".
Sem confirmar o teor das propostas, Belinati afirmou que deve começar a enviar projetos de lei para a Câmara assim que a Casa retomar as sessões ordinárias na semana que vem. Especula-se que a revisão da planta de valores, utilizada para cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), e mudanças na lei do passe livre, estarão nas remessas iniciais ao Legislativo.
Embora não tenha se referido diretamente ao antecessor, o ex-prefeito Alexandre Kireeff (PSD), Belinati afirmou que o orçamento em vigor, aprovado em 2016, reduziu repasses para vários serviços municipais. "Para que você tenha uma ideia, a CMTU tinha no ano passado orçamento de R$ 45 milhões, mas neste ano estão destinados R$ 36 milhões."
Belinati anunciou que deve investir na busca dos recursos externos. "Esse terá que ser o nosso trabalho, pois podemos buscar dinheiro junto aos governos federal e estadual, em parcerias, em convênios."