O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), pediu parecer da Procuradoria Geral do Município (PGM) sobre ofícios do Observatório de Gestão Pública (OGPL) e do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social (CMTCS) que solicitavam o cumprimento da recomendação da Controladoria Geral para que os procuradores também batam o cartão ponto eletrônico como todos os demais servidores do município. Nos ofícios, as entidades também pedem uma auditoria no registro manual de ponto da PGM em razão de declaração do procurador-chefe, João Luiz Esteves, de que os advogados da prefeitura fazem horas extras sem receber por elas.

O secretário de Governo, Marcelo Canhada, afirmou que os pedidos das duas entidades estão seguindo o trâmite normal. "O prefeito sempre pede parecer à Procuradoria." Neste caso, como a PGM é parte, disse ele, "o prefeito também vai pedir a manifestação da Controladoria e da Secretaria de Recursos Humanos". "Desde que existe a Procuradoria, nunca houve a necessidade de passar cartão e ninguém jamais questionou isso. Então, o prefeito quer ter todas as informações para garantir que nenhum prejuízo possa ocorrer", justificou o secretário, acrescentando que a Ordem dos Advogados do Brasil também será consultada sobre o controle de jornada dos procuradores do município.

O presidente do OGPL, Fábio Cavazotti, afirmou que "auditoria não é uma condenação ou comprovação de um problema". "É justamente a possibilidade de se apura se algum problema existe ou não". Ele lembrou que o pedido de auditoria se deu em razão de uma declaração pública de um representante do município sobre supostas irregularidades, o que requer o esclarecimento. "A partir da declaração de que horas extras não estão sendo pagas, surgem dúvidas sobre o registro do ponto. Nada mais natural do que o próprio gestor solicitar uma averiguação. Este é o trabalho da Controladoria. Aliás, do ponto de vista do gestor, uma auditoria é desejável justamente para esclarecer as dúvidas."

Questionado se é necessário um parecer jurídico para se determinar a realização de uma auditoria, o secretário disse que "a Controladoria deve informar se há elementos para uma auditoria". "Acho que foi força de expressão dele", avaliou Canhada. "A Procuradoria é um setor muito organizado e não existe qualquer denúncia sobre aquele setor".