Brasília - Às véspera da votação do impeachment no Senado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff, investiram em pelo menos dois núcleos de senadores para tentar reverter votos e impedir o afastamento definitivo da petista. Mas o balanço feito no Palácio da Alvorada nessa terça (30) não era positivo. O ex-presidente tem dito a aliados que Dilma foi "muito firme" em sua passagem pelo Senado, mas que queria que as coisas "fossem diferentes". Para isso, avalia, sua sucessora precisaria tê-lo "ouvido mais".
Apesar do prognóstico pessimista, Lula, após o discurso de Dilma no Senado na segunda (29), procurou o senador Wellington Fagundes (PR-MT), que havia recebido alta do hospital depois de uma crise de diverticulite. Pediu voto e ouviu que ele só poderia apoiar Dilma se fosse acompanhado por seu colega de partido, Vicentinho Alves (PR-TO).

RECURSO
Em outra frente de investidas, a defesa de Dilma já preparou duas ações para recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso o impeachment seja confirmado nesta quarta-feira (1º). A equipe do advogado da petista, José Eduardo Cardozo, ainda estuda a melhor estratégia para entrar com o recurso, que deve ser um mandato de segurança questionando a "justa causa" e "os vícios" do processo.
Apesar disso, ainda há discussão no meio jurídico sobre a competência do STF para analisar o impeachment. Segundo Cardozo, porém, "nenhuma ameaça de direito" pode ficar sem a apreciação do Judiciário. (Marina Dias/Folhapress)