Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, teria sido citado em acordo de delação, mas conteúdo não foi divulgado
Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio, teria sido citado em acordo de delação, mas conteúdo não foi divulgado | Foto: Wilton José/Estadão Conteúdo



Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo – O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani (PMDB), foi alvo de condução coercitiva na operação O Quinto do Ouro, deflagrada na manhã desta quarta (29) pela Polícia Federal no Rio. Cinco dos sete conselheiros do TCE (Tribunal de Contas do Estado) são alvos de prisão temporária: Aloysio Neves, Domingos Brazão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar e José Maurício Nolasco.

A força-tarefa desta quinta não está no âmbito da Lava Jato. É um desdobramento da operação Descontrole, deflagrada em dezembro de 2016, que investiga crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva praticados pelos membros do TCE.

Na ocasião, o então presidente do Tribunal de Contas, Jonas Lopes, foi levado coercitivamente para depor. Seu depoimento à força-tarefa, em acordo de delação premiada, é a base dos mandados deflagrados nesta manhã.

Picciani teria sido citado em acordo de delação em negociação do ex-presidente do TCE Jonas Lopes, mas seu conteúdo é desconhecido. A Quinto do Ouro investiga pagamentos de vantagens indevidas por meio de desvios de contratos com órgãos públicos. Os conselheiros do TCE são suspeitos de receber propina como contrapartida para favorecer a análise de contratos sob fiscalização do órgão.

A Polícia Federal não divulgou a relação de Jorge Picciani com os casos apurados na manhã desta quarta (29). Em outubro do ano passado, uma delatora da Operação Lava Jato citou o nome do presidente da Assembleia e de sua empresa, a Agrobilara - um dos sócios é o ministro do esporte Leonardo Picciani, seu filho.

Picciani foi supostamente citado na delação de Tania Fontenelle, ex-executiva da Carioca Engenharia, como publicou o jornal "O Estado de S. Paulo". Ela teria acusado a empresa do deputado de vender cabeças de gado superfaturadas para ocultar propinas em obras do Estado.

A assessoria de Jorge Picciani ainda não havia se pronunciado até o fim da edição. Já a defesa do delator Jonas Lopes, ex-presidente do TCE do Rio, informou que não irá se pronunciar, uma vez que os autos do processo estão sob sigilo. A reportagem ão conseguiu contato com as defesas dos demais citados. O TCE também não se pronunciou. A sessão desta quarta no Tribunal foi suspensa por "falta de quórum".