Operação da PF prende conselheiros do TCE-RJ
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quarta-feira, 29 de março de 2017
Folhapress
Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo O presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio), Jorge Picciani (PMDB), foi alvo de condução coercitiva na operação O Quinto do Ouro, deflagrada na manhã desta quarta (29) pela Polícia Federal no Rio. Cinco dos sete conselheiros do TCE (Tribunal de Contas do Estado) são alvos de prisão temporária: Aloysio Neves, Domingos Brazão, José Gomes Graciosa, Marco Antônio Alencar e José Maurício Nolasco.
A força-tarefa desta quinta não está no âmbito da Lava Jato. É um desdobramento da operação Descontrole, deflagrada em dezembro de 2016, que investiga crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva praticados pelos membros do TCE.
Na ocasião, o então presidente do Tribunal de Contas, Jonas Lopes, foi levado coercitivamente para depor. Seu depoimento à força-tarefa, em acordo de delação premiada, é a base dos mandados deflagrados nesta manhã.
Picciani teria sido citado em acordo de delação em negociação do ex-presidente do TCE Jonas Lopes, mas seu conteúdo é desconhecido. A Quinto do Ouro investiga pagamentos de vantagens indevidas por meio de desvios de contratos com órgãos públicos. Os conselheiros do TCE são suspeitos de receber propina como contrapartida para favorecer a análise de contratos sob fiscalização do órgão.
A Polícia Federal não divulgou a relação de Jorge Picciani com os casos apurados na manhã desta quarta (29). Em outubro do ano passado, uma delatora da Operação Lava Jato citou o nome do presidente da Assembleia e de sua empresa, a Agrobilara - um dos sócios é o ministro do esporte Leonardo Picciani, seu filho.
Picciani foi supostamente citado na delação de Tania Fontenelle, ex-executiva da Carioca Engenharia, como publicou o jornal "O Estado de S. Paulo". Ela teria acusado a empresa do deputado de vender cabeças de gado superfaturadas para ocultar propinas em obras do Estado.
A assessoria de Jorge Picciani ainda não havia se pronunciado até o fim da edição. Já a defesa do delator Jonas Lopes, ex-presidente do TCE do Rio, informou que não irá se pronunciar, uma vez que os autos do processo estão sob sigilo. A reportagem ão conseguiu contato com as defesas dos demais citados. O TCE também não se pronunciou. A sessão desta quarta no Tribunal foi suspensa por "falta de quórum".