Rio - Uma desavença entre o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o pastor Silas Malafaia escancarou nova faísca do governo com o segmento evangélico, e com críticas abertas do líder religioso à importância que a família Bolsonaro, segundo ele, vem dando ao escritor Olavo de Carvalho.

O atrito começou após Malafaia reagir à declaração do parlamentar de que os brasileiros que vivem ilegalmente no exterior preocupam a gestão de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, por serem "uma vergonha" para o país.

"Eu sou exatamente o contrário do que pensa Eduardo Bolsonaro", rebateu o pastor, um dos primeiros líderes evangélicos de peso a embarcar na candidatura bolsonarista. "Não tenho vergonha dos brasileiros ilegais que estão em diversas nações poderosas. Não são vagabundos nem pilantras, pelo contrário, são trabalhadores que foram tentar a vida fugindo do desemprego", tuitou Malafaia no domingo (17).

À Folha de S.Paulo o pastor se disse incomodado com a influência que Olavo de Carvalho exerce sobre o filho do presidente. "Que voto Olavo tem aqui no Brasil? Isso é uma afronta, é uma piada."

No Twitter, após conversar com a reportagem, o pastor reforçou sua indisposição com o olavismo, tachando de "simplesmente ridículo" o argumento de que o escritor brasileiro radicado na Virginia (EUA) tem protagonismo na ascensão de Bolsonaro.