Nova peça no tabuleiro político de Londrina, a secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, pré-candidata apoiada por Marcelo Belinati (PP), acredita ser importante dar continuidade à atual administração municipal. Em entrevista concedida à FOLHA nesta quarta-feira (3), ela disse que, no grupo da gestão, já se falava em ter um nome “para seguir avançando nas políticas públicas que foram revolucionadas nos últimos oito anos”.

“E na avaliação de todos - e dos colegas que colocaram o nome à disposição -, seria um grande avanço indicar uma mulher para sucessão do prefeito, exatamente nesses 90 anos de Londrina. Não por ser mulher, somente, mas por ser gestora, por ter apresentado resultados para a população”, afirma a secretária. “É uma honra sem fim receber o convite do Marcelo Belinati, que é o homem, o líder que inspira e transforma todo mundo.”

Para Maria Tereza, a sua pré-candidatura pode levar outras mulheres a entrarem para a política, que avalia ainda ser um lugar “muito masculino”. A mudança desse cenário, reforça, passa por ações concretas.

“Se eu disser para as mulheres: ‘Ah, vocês têm que vir para a política’ e não fizer nada de diferente, eu não vou conseguir engajá-las. Eu espero que elas olhem para mim e se engajem muito. Eu incentivo muito e quero fazer o que for preciso, até mudar horário do evento para que as mulheres participem”, se referindo ao ato da sua filiação ao PP, que ocorreu das 18h30 às 20h, na última terça-feira (2), e contou com grande público feminino.

"ELEITOR QUER RESULTADOS"

Ainda em meio a um Brasil polarizado entre direita e esquerda, Maria Tereza é enfática ao dizer que o eleitor, na verdade, quer ver resultados e não brigas e ataques. “Tem proposta que é viável? O que vai trazer de concreto para o meu bairro, minha escola, minha rua, meu posto de saúde?”, dizendo que as pessoas ainda estão distantes da política.

Questionada sobre o foco de uma eventual gestão, a pré-candidata cita três áreas prioritárias: saúde, educação e renda. “Com essa composição, [podemos] pensar em Londrina, o que a gente pode fazer para Londrina ser uma cidade mais justa, mais acessível a todas as pessoas, uma cidade inteligente", acrescenta.

Ela ainda defende a ideia de dar sequência ao trabalho do prefeito Marcelo Belinati, que será figura frequente na pré-campanha. “O Marcelo é meu líder, é uma inspiração. A gente tem se falado de manhã, na hora do almoço e no final do dia. É a peça fundamental, o maior ativo da pré-campanha.”

BALANÇO

Maria Tereza, que é professora e advogada, assumiu a Secretaria de Educação em 2017, no início do primeiro mandato de Belinati, após ser aprovada em um processo seletivo nacional promovido pela prefeitura. Ela lembra que trabalhou na estruturação da pasta municipal, que “não tinha uma organização inteligível”.

“Era um abandono total, e com isso as escolas estavam cada uma por si. Não tinha uma rede, não tinha igualdade, equidade no tratamento com os alunos”, diz Moraes, apontando que a gestão garantiu acesso à educação de qualidade.

A secretária também ressalta que o orçamento da Educação, um dos maiores do município, é um recurso eficiente, uma vez que serve para atender 46 mil crianças diariamente, com quase oito mil profissionais envolvidos.

Uma das primeiras ações na sua gestão foi a criação de uma central de vagas de creches; outro projeto importante foi a regionalização do atendimento da pasta de Educação, o que contribuiu para identificar demandas locais - como a necessidade de novas escolas em regiões que possuíam fila da espera, por exemplo.

“Hoje a gente tem uma secretaria organizada. E nós construímos escolas, melhoramos a merenda, entregamos uniforme e material. A gente contratou mais de dois mil professores nesses últimos anos”, lista.

Outro ponto destacado pela secretária é o tratamento com as creches filantrópicas, que ela afirma ser o mesmo das unidades municipais. “Se o aluno do município recebe R$ 10 de investimento, na filantrópica também vai receber R$ 10 de investimento”, lembrando que o município já repassou R$ 17 milhões para manutenção das filantrópicas, além de R$ 60 milhões anuais para o atendimento às crianças.