Considerado um dos artífices do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso pela Força-tarefa da Lava Jato em Brasília no último dia 19, 37 dias depois de ter o mandato cassado pela Câmara dos Deputados. A prisão foi ordenada pelo juiz federal Sérgio Moro que acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) na ação em que Cunha é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Moro assumiu o caso na semana passada depois que Cunha perdeu o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao justificar a medida, o juiz Moro afirmou, entre outras coisas, que "a dimensão e o caráter serial dos crimes estendendo-se por vários anos, é característico do risco à ordem pública". No pedido à Justiça, 13 procuradores argumentam que a detenção era necessária para impedir que o ex-deputado continuasse a operar.
Citaram a nomeação de um aliado dele no governo Michel Temer, Maurício Quintella (PR-AL), como ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil. "Quintella havia votado em favor de Eduardo Cunha no Conselho de Ética", afirmam. Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado e também ré na Lava Jato, estava em Brasília quando o marido foi preso, mas não foi alvo de medida cautelar por parte de Moro. Em seu despacho, o juiz destacou que havia risco de fuga por parte do ex-deputado federal, que tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana), o que "poderia inviabilizar eventual extradição".
Moro determinou ainda o bloqueio de documentos dos veículos localizados em poder do ex-deputado e de sua família. Segundo o pedido de prisão, "permanece oculto um patrimônio de aproximadamente US$ 13 milhões", o equivalente a R$ 41,3 milhões. Esse montante estava em contas fora do Brasil que foram fechadas por Cunha, segundo os procuradores.

Segundo o MPF, o ex-deputado recebeu R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça

Benefício de ocupantes de cargos públicos ou políticos que garante um julgamento especial

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