Se atualmente a maioria dos parlamentares tem dúvidas quanto a viabilidade da proposta da Prefeitura de Londrina que prevê o pagamento de aluguel para a empresa de Tecnologia da Informação Atos, instalada na Avenida Tiradentes, há quatro anos a Câmara de Vereadores, por unanimidade, aprovava o projeto de lei da gestão Barbosa Neto (PDT) que beneficiava a empresa de call center Dedic, instalada no Jardim Leonor. O valor autorizado na época era de R$ 100 mil por mês, referente à metade do aluguel do imóvel, pertencente ao Grupo Massa, do empresário Carlos Massa, o Ratinho. O caso da Dedic chamou a atenção na época pelo expressivo valor do aluguel. No último dia 10, o prefeito Alexandre Kireeff (PSD) enviou para análise dos vereadores o projeto de lei que autoriza o pagamento de R$ 45,6 mil por mês à Atos.
Em 2010, apesar da tramitação tranquila no Legislativo, a Dedic nunca teve o benefício porque não conseguiu apresentar os documentos necessários. A reportagem procurou a assessoria de imprensa da empresa, mas não houve retorno. O servidor do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel) Rubens Bento disse que o acordo com a empresa foi importante naquele momento. "Havia disputa com Campinas, que também queria a empresa, mas ela acabou ficando aqui. Depois, porém, houve mudança no CNPJ devido a mudanças no comando e o processo de pagamento de aluguel foi interrompido."
Bento informou que a única proposta em andamento é a da Atos, que tramita nas comissões permanentes do Legislativo, ainda sem data para ir a plenário. A análise dos vereadores é necessária por se tratar de valor superior a R$ 5 mil (veja quadro). "Abaixo desse valor, a administração pode oferecer (ajuda de aluguel) sem projeto de lei", falou Bento, lembrando que, desde a empresa Dedic, a prefeitura pagou aluguel para duas empresas municipais, nas áreas de confecção infantil e software, com valores abaixo do limite. "No início o espírito da lei era para empresas de fora, para que se instalassem na cidade, mas depois houve uma emenda na Câmara ampliando para empresas daqui, alegando que seria injustiça com empresários locais."
Em 2010, o Ministério Público do Paraná instaurou procedimento para apurar eventual improbidade administrativa na parceria do Executivo com a Dedic. Porém, a reportagem não localizou os promotores de Justiça do caso para obter informações sobre a investigação. (Colaborou Luís Fernando Wiltemburg/Reportagem Local)

Imagem ilustrativa da imagem Há quatro anos, CML foi unânime sobre aluguel