Curitiba - O governo do Paraná tem quatro meses para equilibrar a gestão financeira do Estado, no momento com um deficit de R$ 343 milhões. De janeiro a agosto deste ano, as despesas atingiram R$ 18,51 bilhões enquanto a arrecadação ficou em R$ 18,17 bilhões. O secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly (PSDB), afirma que até dezembro a diferença será assimilada pela máquina pública. ''Não tem problema. Vamos chegar no final do ano cumprindo o orçamento'', minimizou.
Em conversa com a FOLHA após a audiência de prestação de contas do segundo quadrimestre, realizada ontem, na Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, Hauly assinalou que é preciso entender a natureza desses números. ''A arrecadação é dinheiro no caixa, as despesas são empenhos'', disse para a reportagem. Ele negou que o governo vá contingenciar gastos até o final do ano, mas nada impede a administração de ''segurar'' algumas despesas para o exercício fiscal seguinte como ''restos a pagar''. Isto acontece quando o empenho não é liquidado até 31 de dezembro, ou seja, é como se o governo soltasse um cheque para este ano, mas que só será decontado em 2013.
''Vamos receber recursos de empréstimos nacionais e internacionais e com eles faremos mais obras'', alegou Hauly, impondo uma visão otimista que dominou a exposição na AL. Na ocasião, ele deu destaque ao crescimento de 103% nos investimentos em obras, em R$ 661 milhões. ''Se, do lado da receita, tivemos resultado positivo graças à arrecadação própria, do lado da despesa, tivemos um aumento significativo de gastos'', pondera.
Hauly cita os aumentos salariais, contratação de pessoal e repasses aos municípios como motivos para as despesas 21,9% maiores que em 2011. ''Basta ter responsabilidade'', afirmou. Apesar da pouca diferença, é a primeira vez nos últimos seis anos em que há deficit no segundo quadrimestre.