O Tribunal de Contas (TCE-PR) do Paraná sugere a incorporação ou a fusão de 96 municípios paranaenses com menos de cinco mil habitantes por considerá-los inviáveis economicamente. O "Estudo de Viabilidade Municipal", elaborado por técnicos do órgão paranaense, foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU) como sugestão de melhorar os serviços básicos prestados aos contribuintes e levantar o debate sobre os motivos que levam à criação e emancipação de pequenas cidades.

Imagem ilustrativa da imagem Fusões entre 96 municípios podem melhorar oferta de serviços básicos no Paraná



No Paraná, 96 dos 399 municípios têm menos de cinco mil habitantes. No Brasil, são 1.300 nesta condição. O estudo indica que cidades com população entre 50 mil e 250 mil habitantes são os que ofertam melhores serviços públicos e melhor qualidade de vida à população. "O TCE oferece um estudo com as informações que recebe ordinariamente nas prestações de conta, demonstrando, de modo claro e transparente, a insustentabilidade por parte dos municípios pequenos na sua estruturação", afirma o presidente da Corte, Ivan Bonilha.

O titular da Coordenadoria de Informações Estratégicas do TCE, André Luiz Fernandes, afirma que o trabalho pode estruturar a discussão sobre a viabilidade municipal. Ele diz que a criação de cidades não ocorre em função da prestação de serviços públicos melhores, mas por questões menores, como obtenção de mais recursos da federação. O estudo indica, ainda, que municípios maiores têm mais condições de oferecer serviços melhores e a um custo mais barato que as microcidades. Entretanto, o levantamento não focou em nenhuma cidade específica, garante Fernandes.

A fusão ou incorporação de cidades menores pelos municípios de origem geraria uma redução de despesas e enxugamento da máquina pública, afirma Bonilha. Para ele, o estudo do TC deve ser levado em consideração neste momento em que os gastos públicos estão sob os holofotes das discussões. "O que se procura é o debate da sustentabilidade dos municípios, não só para que se tornem equacionados orçamentariamente, mas que também possam prestar melhores serviços à população", diz o presidente do TC.

A legislação que disciplina a fusão e incorporação de municípios é de competência federal, mas Bonilha defende a flexibilização, com a mudança da responsabilidade ativa da proposta. Uma opção que se coloca é que a iniciativa parta, por exemplo, dos deputados estaduais. Não há, entretanto, um modelo pronto sugerido.

(Atualizada às 18h05)