Além do presidente Michel Temer (PMDB), o ministro Edson Fachin autorizou a abertura de um novo inquérito contra o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), no âmbito da Lava Jato.

O ministro Fachin também autorizou o fim do sigilo deste que é o segundo procedimento investigatório aberto contra o chefe do Congresso, mas os detalhes ainda não estão disponíveis no sistema do Supremo Tribunal Federal. Ainda não se sabe se há alguma relação com as informações trazidas pela JBS, que foram homologadas pelo ministro Fachin.

Leia mais:
Temer nega ter comprado silêncio de Cunha e diz que não vai renunciar
Edson Fachin homologa delação premiada da JBS; sigilo de conteúdo é mantido
Fachin autoriza abertura de inquérito para investigar Temer
Fachin afasta Aécio Neves do mandato e nega pedido de prisão
Governo exige que gravações e delações sejam tornadas publicas já, diz Jucá
STF determina afastamento de Aécio e Rocha Loures dos mandatos de senadores
Agentes da PF estão em imóveis de Aécio Neves no Rio e em BH
Presidente da OAB vai ao STF pedir levantamento do sigilo das delações de Joesley
Janot pede prisão de Aécio; Fachin manda ao plenário do Supremo
Senador Zezé Perrella diz que nunca recebeu 'um real sequer' da JBS
Irmã e primo de Aécio são presos preventivamente pela PF
PMDB cobra manifestação do STF sobre investigações envolvendo Temer
Termina busca e apreensão da PF no gabinete do deputado Rocha Loures
Fachin proíbe Aécio de se ausentar do país, devendo entregar passaporte
"Não vou cair, vou ficar firme, estou firme", diz Temer

O processo deu entrada no STF em outubro de 2016 como uma petição e estava tramitando de forma sigilosa até esta quarta-feira.

"A manifestação do órgão acusador revela que não mais subsistem, sob a ótica do sucesso da investigação, razões que determinem a manutenção do regime restritivo da publicidade, também não se constatando qualquer razão que assim determine em favor do requerido", disse Fachin, na decisão.

No despacho de Fachin que retira o sigilo do inquérito, o ministro também determinou a remessa à Polícia Federal para atender a diligências pedidas pela Procuradoria-Geral da República e abriu um prazo de 60 dias para o cumprimento.

Odebrecht

Em 11 de abril, Fachin já havia aberto um inquérito contra Eunício Oliveira, com base nas delações da Odebrecht, sob a suspeita de que recebeu R$ 2 milhões em troca de atuação no Congresso Nacional para converter medidas provisórias em lei em benefício do grupo baiano.

Eunício, neste inquérito, é investigado em conjunto com os também senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e para os deputados Rodrigo Maia (DEM) e Lúcio Vieira (PMDB-BA). O grupo teria recebido um montante total de R$ 7 milhões em vantagens indevidas.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa, o advogado e o próprio senador, mas não teve as chamadas telefônicas atendidas.