São Paulo - A presidente Dilma Rousseff falou ontem da importância do ajuste fiscal para a economia, mas reafirmou que o governo não vai cortar gastos de programas sociais, destacando o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. "Fizemos uma série de medidas que toda família toma quando está com dificuldades: cortamos ministérios, secretarias, cargos e reduzimos nossos salários. Mas queremos preservar programas como esses, que são importantes e mudam a vida das pessoas no Brasil", disse.
A declaração da presidente foi dada durante cerimônia de entrega de residências do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. Para uma plateia formada por pessoas que vão receber as unidades, Dilma também disse: "A gente corta aquilo que a gente vê que deve ser cortado, que pode ser cortado, e mais na frente a gente recupera. Mas tem coisa que você não pode cortar, porque, se cortar, você prejudica as pessoas. Se cortar o Minha Casa Minha Vida, você prejudica quem não tem casa".
Dilma aproveitou a cerimônia para afirmar também que o governo tem providenciado todas as condições para lançar a terceira edição do programa habitacional, que, segundo ela, deverá entregar 3 milhões de moradias na nova fase. "Mesmo nos momentos de dificuldades, continuaremos fazendo o Minha Casa Minha Vida. Não podemos cortar o Minha Casa Minha Vida", disse Dilma, declarando em seguida que o governo seguirá garantindo recursos para as famílias "que menos têm".

BARRAGENS

A presidente assegurou que o governo federal está acompanhando a situação das cidades no Espírito Santo que enfrentam o aumento do volume do Rio Doce por causa da lama proveniente do rompimento de barragens da mineradora Samarco, em Mariana (MG). "Estamos extremamente preocupados com a situação do Espírito Santo. O governo federal se coloca inteiramente à disposição do Estado", disse a presidente em Nova Friburgo.

CAMINHONEIROS

A presidente Dilma disse ainda que a obstrução de estradas por caminhoneiros é criminosa, pois priva a população e setores da economia de alimentos e combustíveis. "Reivindicar nesse País é direito de todo mundo. Nós construímos a democracia para que isso não fosse crime. Agora, esse é um País responsável. Interditar estradas, comprometer a economia popular, desabastecendo de alimentos e combustíveis, isso tem componente de crimes já previstos. Vamos garantir que não haja qualquer prejuízo para a economia popular. Obstruir é crime", declarou Dilma.
A presidente visitou as obras da linha 4 do metrô do Rio, projeto do governo estadual financiado pela União. Ela esteve na estação subterrânea do Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca e na ponte estaiada por onde os trens poderão ser vistos na superfície.