A tomada de uma fazenda em Tamarana (Região Metropolitana de Londrina) por um grupo de kaingangs da Terra Indígena (TI) Apucaraninha será tema de um relatório do deputado federal Nelsinho Padovani (União). O parlamentar esteve no local na última sexta-feira (10). A visita foi em nome da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, colegiado presidido por ele na Câmara dos Deputados.

Em visita à FOLHA um dia antes de ir até a propriedade rural, Padovani disse que, após aprovado em plenário, o documento terá como destino o Ministério da Justiça e o Supremo Tribunal Federal (STF).

“Eles [TI Apucaraninha] têm seis mil hectares de terra. Não é tirando 600 hectares de uma área produtiva que vai resolver o problema do índio, mas cria um problema para a sociedade como um todo. A gente tem que atacar esse primeiro caso para que ele não pipoque em outros”, criticou o congressista da região de Cascavel (Oeste).

O deputado também teve uma reunião na quinta-feira (9) em Londrina com dirigentes da Sociedade Rural do Paraná (SRP). O encontro contou com a participação do proprietário da fazenda, Eucler Ferreira.

Essa não é a primeira vez que os kaingang decidem fazer o movimento contra a fazenda. Eles se encontram nas terras desde o fim de setembro. A Justiça Federal ampliou na semana passada o prazo para a saída da área – mas, conforme a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o grupo quer continuar em parte do local. A promessa do órgão federal é concluir até dezembro mais uma medição dos limites da TI.

“É uma afronta ao direito de propriedade [...] Somos a favor dos indígenas, mas que os indígenas possam produzir nas áreas que eles já têm [...] Nós não queremos confronto, queremos que a lei seja cumprida”, declarou Padovani.