A Comissão Especial de Investigação (CEI) que vai analisar as planilhas do transporte coletivo em Londrina, a partir da instalação do grupo - o que acontece até a próxima semana -, é composta na maioria por vereadores de oposição à administração interina do prefeito José Roque Neto (PTB). Os membros foram definidos na sessão de ontem, e, dos cinco parlamentares, três são do grupo adversário ao petebisa na eleição para a Presidência da Câmara: Joel Garcia (PDT), Rodrigo Gouvêa (PRP) e Roberto da Farmácia (PTC). Tito Valle (PMDB) e Gerson Araújo (PSDB) completam o grupo, cujos integrantes serão nominados em portaria a ser publicada ainda esta semana pelo presidente da Casa, Jairo Tamura (PSB). Cinco dias após a publicação, a CEI pode oficialmente se dar por instalada e definir presidente e relator.
Conforme a FOLHA divulgou, na semana passada, pelos cálculos da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), o montante que poderá ser investigado pelos vereadores na CEI do Transporte é de aproximadamente R$ 90 milhões - valor arrecadado por ano nas catracas no transporte coletivo. Mensalmente, o sistema transporta cerca de 3,6 milhões de passageiros na cidade.
Por ano, a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), reguladora da concessão às duas empresas - Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e Francovig - repassa a elas cerca de R$ 5 milhões como ''remuneração de capital''. Nas discussões que antecederam a nomeação dos membros, integrantes da nova CEI já adiantaram que esse repasse também vai compor uma das linhas de investigação da comissão. Para o representante do sindicato que representa as duas concessionárias (Metrolon), Gildalmo de Mendonça, a posição da Câmara na criação do grupo é''meramente política''.