São Paulo - O número de pessoas que avaliam o governo Michel Temer como péssimo duplicou desde o início deste ano, segundo pesquisa CNT/MDA divulgada nessa terça-feira (19). Em fevereiro, levantamento do mesmo instituto mostrava que 26,5% dos brasileiros avaliavam o governo do peemedebista como "péssimo", índice que subiu para 55,6% neste mês.

Os que acham o governo "ruim" foi de 17,6% em fevereiro para 20% agora.
Com isso, a avaliação negativa do governo (isto é, a soma dos que o consideram péssimo ou ruim) chegou a 75,6%, superando assim a rejeição à gestão de Dilma Rousseff. Quando teve a pior avaliação, em julho de 2015, a ex-presidente tinha avaliação negativa de 70,9%, segundo a CNT/MDA.

O presidente teve seu nome envolvido em vários esquemas de corrupção este ano e, na semana passada, foi denunciado pela segunda vez pela PGR (Procuradoria-Geral da República), desta vez sob acusação de obstrução da Justiça e participação em uma organização criminosa que teria recebido ao menos R$ 587 milhões de propina..

No início deste ano, 38,9% consideram a gestão de Temer regular, mas este índice caiu para 18%. Os que avaliam o governo como "bom" foi de 9,1% para 2,9%.
No levantamento anterior, 1,2% consideram o governo ótimo, mas este índice chegou a 0,5% agora.

Imagem ilustrativa da imagem Avaliação negativa do governo Temer supera à de Dilma



ELEIÇÕES 2018
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais uma vez aparece como primeiro colocado em pesquisa de intenção de voto para presidente feita CNT/MDA, mas o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) e o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), tiveram crescimento significativo desde o último levantamento.

Em pesquisa espontânea, isto é, quando o entrevistador não fornece um rol de candidatos, Lula aparece com 20,2% das intenções de voto, ante 16,6% em fevereiro. Bolsonaro, que tinha 6,5% em fevereiro, chegou a 10,9%. João Doria foi de 0,3% para 2,4%.

Embora líder nas pesquisas, o ex-presidente pode não conseguir se candidatar. Investigado em várias frentes, Lula já foi condenado em primeira instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). Caso essa decisão seja confirmada pelo tribunal, o petista ficará inelegível em decorrência da Lei da Ficha Limpa.

Os três políticos estão em plena campanha, embora não afirmem isso abertamente. O petista fez uma caravana de 20 dias pelo Nordeste entre o fim de agosto e o início de setembro, período no qual percorreu nove Estados.

Doria também tem viajado constantemente, inclusive em dias úteis. Por isso, o Ministério Público de São Paulo abriu um procedimento preparatório de inquérito para investigar as viagens do prefeito. Ele afirma que seu governo tenta buscar um ritmo "menos provinciano".

Bolsonaro também tem viajado com frequência pelo Brasil, por onde tem reafirmado suas ideias de extrema-direita.

Já a ex-senadora Marina Silva (Rede), que tem se mantido distante do noticiário e com agenda política discreta, manteve o patamar da pesquisa feita em fevereiro. Ela tinha 1,8% das intenções de voto, e agora tem 1,5%.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que também tem intenção de se candidatar, saiu de 0,7% para 1,2%, mesmo percentual do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que em fevereiro tinha 0,4%.

SEGUNDO TURNO
Em simulações de segundo turno, Lula venceria em todos os cenários, mas, caso a eleição fosse hoje, teria menos facilidade caso disputasse o pleito contra Bolsonaro ou Marina Silva. O petista tem 40,5% das intenções, ante 28,5% do deputado. Caso enfrentasse a ex-senadora, venceria por 39,8% a 25,8%.

Alckmin e Doria têm desempenho semelhante em simulações em que enfrentariam Lula no segundo turno. O prefeito tem 25,2% das intenções, ante 41,6% do petista. Já o governador tem 23,2%, contra 40,6% de Lula.

AÉCIO DESPENCA
A maior diferença observada pela pesquisa diz respeito ao senador Aécio Neves. Em maio, foram divulgados os áudios de conversas entre o senador e o empresário Joesley Batista, da JBS, em que, entre outras coisas, acertam o pagamento de R$ 2 milhões.

Em um eventual segundo turno contra Lula, Aécio perderia de 41,8% a 14,8%. Em fevereiro, ele tinha 27,5%, contra 39,7% do ex-presidente.

Aécio se tornou ainda o candidato com a maior rejeição entre os presidenciáveis. Ao todo, 69,5% dos entrevistados disseram que não votariam nele de jeito nenhum, índice bem maior do que aqueles registrados por Ciro Gomes (54,8%), Alckmin (52,3%), Marina Silva (51,5%), Lula (50,5%), Bolsonaro (45,4%) e Doria (42,9%).

A PESQUISA
A pesquisa divulgada nessa terça tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Foram realizadas 2.002 entrevistas em 25 unidades federativas de todas as regiões do Brasil entre os dias 13 e 16 de setembro.