'Ajuste que o Paraná fez é espelho para o Brasil'

Rodrigo Maia (DEM-RJ) durante encontro com Beto Richa (PSDB): "Ouvir o governador é sempre um aprendizado", elogiou | Foto: Mariana Franco Ramos

Curitiba - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nessa segunda-feira (16), em Curitiba, que se espelha no ajuste fiscal implementado no Paraná para permanecer à frente do Legislativo federal nos próximos dois anos. Como parte da campanha pela reeleição, ele se reuniu no Palácio Iguaçu com o governador Beto Richa (PSDB) e com 14 dos 30 deputados da bancada paranaense em Brasília. Entre os presentes estava até mesmo Aliel Machado (Rede), que faz oposição declarada ao presidente Michel Temer (PMDB-SP).
"Ouvir o governador é sempre um aprendizado. A reforma que ele fez é um espelho para o governo federal e muitos Estados brasileiros, que vivem hoje uma crise fiscal profunda, como é o caso do Rio de Janeiro", afirmou. Questionado sobre os embates gerados, sobretudo com o funcionalismo, após a aprovação da reforma na Paranaprevidência, Maia falou que "tudo bem esclarecido se resolve". "O Rio aumentou o salário dos servidores 90% acima da inflação e hoje não paga. (…) Ou vai ser o caminho do ajuste fiscal ou eles vão chegar na mesma situação", opinou.
Também ontem, a ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de dez dias para o parlamentar se manifestar sobre a ação que pede que ele seja impedido de concorrer ao cargo novamente. A escolha do sucessor de Maia está marcada para o dia 2. Com as informações em mãos, o Tribunal deverá decidir se o deputado está habilitado ou não a disputar o pleito. A relatoria é do ministro Celso de Mello, que deverá levar o pedido para a decisão do plenário, composto de 11 membros.
"A Câmara desde muitos anos é crítica do ponto de vista dos parlamentares quando o Supremo legisla. Essa é uma decisão que mais uma vez fortaleceria o Supremo. Mas tem outro aspecto que acho que é definitivo: a Constituição é muito clara. A eleição precisa acontecer antes da sessão inaugural do Congresso, que ocorrerá na segunda-feira por volta de 17 horas ou 18 horas. É uma questão constitucional e nada está sendo feito fora da regra (…) Do ponto de vista jurídico não vejo problema. A questão é política. Por isso que quero construir uma candidatura ampla e que represente a vontade da maioria da Casa", rebateu o presidente.
Na semana passada, Beto recebeu outro candidato ao cargo: Jovair Arantes (PTB-GO). Estão na disputa, ainda, Rogério Rosso (PSD-DF) e André Figueiredo (PDT-CE). "Foi muito boa a reunião. Todos enalteceram o papel do Rodrigo Maia, que tem sido responsável, sério, autêntico. Sabe da necessidade desse país fazer o equilíbrio das suas contas", elogiou o tucano.
De acordo com o deputado londrinense Luiz Carlos Hauly (PSDB), há uma simpatia muito grande por Maia, principalmente no PSDB, entretanto, existem algumas "questões paranistas" que precisam ser discutidas, como a isonomia. "Se for dado alguma coisa para o Rio, tem de ser dado a todos os Estados e municípios. Segunda coisa é a redivisão do mar territorial. Nós pedimos que ele não se oponha a abrir a discussão oficialmente."