Escrevo este texto movido por uma preocupação crescente que afeta a dignidade e o bem-estar de todos nós que vivemos nesta bela cidade. Londrina, conhecida por seu dinamismo econômico e sua rica cultura, enfrenta, no entanto, uma lacuna significativa em sua infraestrutura urbana: a falta de sanitários públicos, principalmente no centro da cidade.

É paradoxal que, em uma cidade tão rica e desenvolvida quanto a nossa, cidadãos e visitantes se encontrem frequentemente em situações constrangedoras por falta de acesso a instalações sanitárias básicas. Mulheres, idosos, crianças, pessoas com deficiência e a população em situação de rua são desproporcionalmente afetados por essa negligência que não só compromete a saúde pública, mas também a dignidade humana.

Imagine uma pessoa que toma um ônibus na Zona Norte e chega ao terminal central de Londrina. Ao subir para o Calçadão, essa pessoa sente uma necessidade urgente de ir a um sanitário. Imagine a angústia e o desespero dessa pessoa, perguntando-se: "Onde eu vou?" Por mais que procure, não encontra um sanitário público disponível. Esta situação não é apenas inconveniente; é humilhante e inaceitável.

A ausência de sanitários públicos acessíveis força muitos a recorrer a soluções improvisadas ou a suportar desconforto e risco à saúde. Este não é apenas um inconveniente menor, mas uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Como podemos aspirar a ser uma cidade inclusiva e acolhedora quando falhamos em prover as necessidades básicas de nossos cidadãos?

Portanto, conclamo nossas autoridades municipais e todos os moradores de Londrina a reconhecer a gravidade desta situação e a unir forças para encontrar soluções imediatas. É essencial que implementemos um plano para instalar sanitários públicos em locais estratégicos, começando pelo centro e se estendendo a outras áreas da cidade.

Além disso, é imperativo que haja um compromisso contínuo com a manutenção e limpeza dessas instalações. Sanitários públicos não são apenas uma comodidade, mas um símbolo de uma sociedade civilizada e empática. Eles refletem o respeito que temos uns pelos outros e pelo ambiente em que vivemos.

É tempo de agir. Por uma Londrina mais digna, inclusiva e acolhedora

Daniel Hatti, professor