A constante queda nos preços do leite tem se tornado uma dor de cabeça para os produtores paranaenses, conforme aponta um levantamento realizado pelo Deral (Departamento de Economia Rural). O produtor, pelo quinto mês consecutivo, tem recebido menos pelo litro de leite posto na indústria, atingindo uma média de R$ 2,21 por litro em outubro deste ano. Isso representa uma redução de 27,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior. A situação se torna mais alarmante quando se observa que, para muitos, a atividade leiteira está se tornando inviável, levando-os a operar com margens apertadas ou, em alguns casos, em prejuízo.

O Paraná tem a segunda maior bacia leiteira do país. Já quando o assunto é a produção por municípios, o Estado tem os dois maiores produtores nacionais: Castro, com 426,6 milhões de litros, e Carambeí, com 255,6 milhões de litros, ambos nos Campos Gerais. O setor leiteiro permanece como a quarta cultura mais lucrativa no agronegócio paranaense, contribuindo com quase 6% do Valor Bruto da Produção (VBP) total do estado. Diante da importância do segmento para o Paraná, é preciso uma atenção especial para a questão.

Produtores como Claudio Seyfert, do município da Lapa, estão sentindo os efeitos dessa crise, com uma desvalorização de mais de 40% no preço do leite em apenas um ano. Para sobreviver, estão adotando medidas drásticas, como cortar gastos na propriedade. Neide Barreto de Castro, por exemplo, viu a cotação do leite vendido à cooperativa cair mais de 20%, obrigando-a a reduzir gastos.

Uma das principais razões apontadas pelos produtores é o aumento nas importações, especialmente oriundas da Argentina e do Uruguai, onde o produto é mais barato. A entrada de leite estrangeiro exerce pressão sobre os preços internos, enquanto a demanda interna permanece fraca. Para resolver esse problema, é necessário um conjunto de medidas abrangentes.

Especialistas sugerem que, a longo prazo, é essencial investir no reaquecimento do consumo interno, melhorar a eficiência e a qualidade do produto no campo, além de tornar o leite brasileiro competitivo no mercado externo. No entanto, medidas imediatas são necessárias para evitar prejuízos ainda maiores. Diminuir os custos de produção é uma solução crucial a curto prazo.

O aumento da eficiência e a redução dos custos de produção, embora não valorizem o produto diretamente, são passos cruciais para melhorar a renda do produtor. Essas medidas, somadas ao reaquecimento da demanda interna, podem proporcionar um ambiente mais sustentável para a atividade leiteira.

No entanto, para manter essa posição e assegurar a sustentabilidade dos produtores, é necessária a rápida adoção de medidas que garantam preços justos e competitividade no mercado interno e externo.

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