De acordo com o Mapa Assistencial disponibilizado pela ANS, no último ano as Operadoras de Odontologia Suplementar realizaram 15.4 milhões de consultas iniciais.

Se somarmos a esse dado o fato de que apenas 14% dos brasileiros possuem plano odontológico (dados da mais recente Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE), percebe-se o impacto que este setor possui na vida da população. Em 2022, foram realizados 184,5 milhões de procedimentos odontológicos, cerca de 5,6 por beneficiário. Em quatro anos, foram cerca de 697,1 milhões de procedimentos realizados.

É fundamental que o poder público se envolva e encare de frente a questão da democratização da saúde bucal do brasileiro. Não é possível que, em pleno 2023, tenhamos que conviver com estatísticas que mostram que 14 milhões de brasileiros vivam sem nenhum dente. É trágico para um país que almeja uma melhor qualidade de vida para sua população.

Os planos de saúde podem e devem ser vistos como um norte para o atendimento público. As eficientes práticas de gestão e compliance geram satisfação crescente nos beneficiários e consequente crescimento acelerado do segmento. Por que, então, não compartilhar tal expertise com o serviço público? Todos ganham com uma melhoria no atendimento.

Um exemplo dessa excelência na gestão está no valor médio pago por usuário. Hoje não passa de R$20. Mas, de acordo com pesquisas da Sinog, se um tratamento de baixa complexidade fosse realizado de forma particular, o valor dispendido pelo paciente pode facilmente chegar a R$800, o equivalente a mais de 3 anos de mensalidades de um plano odontológico.

É importante ressaltar que a maioria dos tratamentos são cobertos pelos planos odontológicos. Atualmente são listados 140 procedimentos odontológicos no rol mínimo da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

É importante para a população brasileira ter um atendimento de qualidade que cabe no bolso das famílias e no orçamento das empresas.

Se, com uma base de 14% da população os planos conseguem realizar atendimento de qualidade aos beneficiários imagine como melhoraria a saúde bucal do brasileiro se essa base crescesse?

Um caminho eficiente para essa relação ganha-ganha são as parcerias público-privadas (PPPs) no setor. Está na hora deste modelo de negócio, já vitorioso em outras áreas da economia, prosperar também neste setor. O maior interessado é o cidadão, que certamente terá mais motivos para sorrir.

Roberto Cury é presidente da Sinog (Associação Brasileira de Planos Odontológicos)

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