O Brasil já foi conhecido como o país do futebol. Há algum tempo, no entanto, o esporte mais popular do mundo deixou de ser motivo de alegria para os torcedores. Antes querida pelos brasileiros e respeitada pelos rivais, a Seleção tem colecionado vexames, e nas diferentes faixas etárias.

A decepção mais recente foi o fracasso na tentativa de classificação para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. A fase final do Pré-Olímpico foi disputada por quatro equipes: Brasil, Venezuela, Argentina e Paraguai. Medalhista de ouro em Tóquio e no Rio de Janeiro, o time canarinho dessa vez não disputará os jogos. Argentinos e paraguaios ficaram com as vagas sul-americanas.

O cenário da derrocada da Amarelinha, no entanto, é mais amplo. O quadro aponta para uma tendência problemática ligada à gestão das seleções feita pela CBF.

Na seleção principal feminina, o Brasil caiu da Copa do Mundo, disputada na Austrália e na Nova Zelândia, ainda na fase de grupos, não passando por adversários historicamente mais fracos, como a Jamaica. A solução imediata adotada pela CBF foi demitir a técnica Pia Sundhage e trazer Arthur Elias do Corinthians.

Entre os homens, grande parte do noticiário sobre a equipe principal foi sobre a contratação do técnico italiano Carlo Ancelotti, prometida pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Enquanto a trama se desenrolava, o comando do futebol brasileiro optou por soluções paliativas - Ramon Menezes, que agora não conseguiu levar os garotos para Paris, e Fernando Diniz - trouxeram derrotas em amistosos e nas Eliminatórias.

O Brasil está hoje em sexto lugar nas Eliminatórias e viu tabus acabarem. Por exemplo, perdeu em casa pela primeira vez uma partida em torneio classificatório para uma Copa do Mundo. Logo para a Argentina, no Maracanã, em jogo com pancadaria.

Ednaldo trouxe Dorival Júnior como solução definitiva, mas ainda não concluiu a reestruturação da seleção. Aguarda Rodrigo Caetano para ser diretor e tenta trazer Juan, do Flamengo, como coordenador.

Na base, a seleção tem Branco como coordenador. Mas a CBF, de modo geral, passou sufoco e não conseguiu negociar com antecedência a liberação de jogadores para as competições. O que fez com que as listas fossem alteradas de última hora. Ainda por cima, lesões aumentaram a dor de cabeça.

Uma série de dificuldades em campo e fora dele. O Brasil passou inclusive por problemas de representatividade no comando da CBF: Ednaldo Rodrigues chegou a ser afastado da presidência pela Justiça. Um dos argumentos para a volta dele foi a necessidade de enviar a lista dos convocados do Brasil para o Pré-Olímpico, já que a Fifa e a Conmebol não reconheciam a administração interina de José Perdiz. Ironicamente, o Brasil não vai a Paris-2024 de qualquer jeito. Fruto da desorganização e da falta de comando do futebol. Pior para o torcedor da antes respeitada seleção brasileira.

Obrigado por ler a FOLHA!