A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu cinco pessoas e resgatou três trabalhadores que estariam sendo mantidos em condições análogas à escravidão em uma pedreira na zona rural de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Segundo os policiais, além das péssimas condições de trabalho e de alojamento, os homens recebiam o pagamento em pedras de crack.

Ao deflagrar a operação Pó de Pedra II, na terça-feira (16), depois de meses de investigação, a polícia encontrou indivíduos dormindo em cômodos onde funcionavam alojamentos improvisados, insalubres, desrespeitando normas sanitárias e trabalhistas .

Segundo o delegado Valeriano Garcia Neto, responsável pela ação, os trabalhadores resgatados são "verdadeiros zumbis trabalhando por crack".

Dentre os presos está uma pessoa apontada como responsável pelo recrutamento dos trabalhadores. Também foram detidos operadores da pedreira, responsáveis pelo transporte e comércio de pedra grês extraída no local. O material é bastante utilizado na construção civil em obras externas, como calçadas, jardins e muros.

Com o auxílio de um cão farejador, agentes encontraram pacotes de droga escondidas debaixo de telhas no local.

A Secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho e Cidadania de Taquara disse que o município colocará à disposição dos homens resgatados apoio psicossocial e encaminhamentos para acompanhamento em saúde, inclusive com a possibilidade de tratar possíveis dependências químicas.

Em vez de grilhões, a escravidão moderna coloca homens, mulheres e até crianças em situação de exploração. As vítimas não podem recusar ou se livrar do "trabalho" devido a ameaças, violência, coerção, abuso de poder ou por terem sido enganados pelos "empregadores".

A escravidão moderna, em qualquer das suas características (também pode acontecer por tráfico de pessoas ou casamentos forçados), é extremamente cruel e inadmissível. A sociedade não pode ser cúmplice desse tipo de violência, fechando os olhos. Ao tomar conhecimento desse tipo de crime, é preciso denunciar.

Autoridades e cidadãos devem estar sempre alertas e vigilantes para que não ocorram, no século XXI, algo similar à exploração humana registrada no passado e que tanto nos envergonham.

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