O Brasil se despediu, neste domingo (7), do escritor e cartunista Ziraldo, 91 anos, criador do Menino Maluquinho. Ele morreu na tarde de sábado (6), em sua casa, no Rio de Janeiro.

Em velório aberto ao público, familiares e fãs prestaram suas últimas homenagens ao artista. No caixão, a bandeira do Flamengo, time de coração do escritor mineiro. Ao lado, o boneco do Menino Maluquinho, e também um desenho em papel do célebre personagem.

Ziraldo estava acamado desde 2018, desde que sofreu um AVC (acidente vascular cerebral). Ícone dos quadrinhos, o Brasil deve muito a Ziraldo. Primeiro, pela sua luta (com as palavras e desenhos) contra a ditadura militar (1964 a 1985). Ele foi um dos fundadores do jornal satírico "Pasquim", que atuou como resistência ao regime autoritário.

O escritor certamente foi responsável pelo despertar do hábito de leitura de muitos brasileirinhos que se identificaram em seus personagens e suas histórias. A obra de Ziraldo cativa crianças e adultos, pois ele tinha o talento de criar histórias que eram ao mesmo tempo simples e com potencial de reflexão.

Os temas eram universais. Ele falava de amizade, de família, do respeito às diferenças, do amor à natureza. Dono de um estilo único, as ilustrações de Ziraldo são marcantes, tanto que o "Menino Maluquinho" é parte do imaginário coletivo do país.

O amor pelos livros e pela leitura renderam frases célebres de Ziraldo. "Ler é mais importante que estudar", dizia. "Livro: gênero de primeira necessidade", foi assim que ele resumiu o valor que dava à literatura.

Ziraldo continuará sendo fundamental para formar o hábito de leitura nos brasileiros, especialmente nas crianças. Sua obra continuará viva e atual. Não apenas divertida, mas inspiradora e eficiente na função de abrir as portas para o incrível mundo dos livros e das histórias.

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