A infraestrutura de transporte voltou a ser tema do Encontros Folha, evento do Grupo Folha de Londrina que promove, desde 2014, o debate sobre os vários fatores que impactam no desenvolvimento econômico e social da região Norte do Paraná. Na sua vigésima edição, o Encontros Folha trouxe novamente para a mesa de discussão um assunto crucial para os municípios que compõem a Região Metropolitana de Londrina. Estamos falando dos modais de transporte e da qualidade das estradas.

Na terça-feira (14), durante as palestras e debate do Encontros, as principais preocupações dos participantes e público que compareceu ao evento estavam em torno da infraestrutura regional. A escolha do melhor local para o desvio do tráfego pesado do perímetro urbano e para a criação de um novo bolsão para a instalação de empresas, consequências diretas da construção de uma nova via no entorno de Londrina, dominaram boa parte das discussões.

Esse assunto está intimamente ligado a outra pauta que mobiliza os agentes políticos e econômicos: a nova concessão das rodovias, processo que deve marcar o setor também nos próximos meses e no ano que vem.

Uma pergunta pairou no ar durante a fala do palestrante do Encontros Folha, o secretário de Infraestrutura do Paraná, Sandro Alex. Segundo ele, está chegando a hora de decidir qual a prioridade Londrina dará para o Contorno Leste. O secretário deixou claro que a decisão de viabilizá-lo passa pela articulação política regional.

Certamente, a resposta dos prefeitos, empresários e moradores da região é que o Contorno Leste é muito importante, assim como o Contorno Norte, que está mais encaminhado, como mostra reportagem do jornal neste fim de semana (19 e 20) trazendo um panorama do 20º Encontros Folha.

O Contorno Note foi pensada para separar o fluxo de caminhões do fluxo de tráfego doméstico e a via está incluída como obra obrigatória do novo pacote de concessões que já foi iniciado pelo governo federal.

Já o Contorno Leste foi anunciado em agosto como parte das obras previstas no contrato de concessão do Lote 3, previsto para ser leiloado em 2024. A via teria 23 quilômetros de extensão, ligando a PR-445 à BR-369, no limite entre os municípios de Londrina e Ibiporã, abrindo caminho para potencializar a movimentação de cargas no aeroporto, instalado na mesma região.

No caso do Contorno Norte, a obra está prevista para o Lote 4, previsto para ser leiloado em 2025. Seriam 40 quilômetros de uma nova interligação, que partiria do trecho entre Rolândia e Cambé, passando próximo do distrito da Warta até o contorno de Ibiporã.

Na palestra, Sandro Alex lembrou que a inclusão de um segundo contorno no pacote de concessão poderia onerar o custo do quilômetro rodado no Lote 3 além do previsto. Outra alternativa foi aventada pelo secretário foi a inclusão do Contorno Leste na lista de obras do PAC no Paraná.

“A palavra final é da região de Londrina. Se seus líderes entendem que há necessidade de ter um Contorno Leste, o governo do Estado vai apoiar. Mas precisamos que as autoridades daqui, prefeitos e deputados, expressem essa vontade com assinaturas em um documento, que o governador também vai assinar e encaminhar à Brasília”.

A Região Metropolitana de Londrina, até mesmo por falta de uma articulação política eficiente décadas atrás, perdeu obras de infraestrutura que poderiam ter impactado melhor o desenvolvimento econômico dos seus municípios. Portanto, os dois contornos, Norte e Leste, assim como a instalação do aparelho ILS no Aeroporto de Londrina, são reivindicações antigas e bastante importantes.

Muito obrigado por ler a FOLHA!