O aumento dos casos de dengue vem sendo, ano a ano, um dos grandes desafios na gestão de saúde pública de todos os estados brasileiros. Nos últimos meses de 2023 e neste mês de janeiro de 2024, o país testemunhou um alarmante crescimento no número de confirmações da doença, situação que demanda atenção imediata e ação coordenada por parte das autoridades e da sociedade.

O ano ainda está só começando, mas Londrina já vive uma “situação bastante preocupante” para a dengue, como definiu o próprio secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, nesta sexta-feira (19), ao anunciar o resultado do LIRAa (Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti). O estudo indicou que a cidade está com índice geral de 3,40%, percentual considerado de risco pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Além deste número, outro indicador de alerta é a quantidade de notificações para a doença em 2024. Já são 1.301, com 104 confirmações, 98 casos descartados e 1.099 ainda em análise. “Temos um LIRAa que é o mais baixo de janeiro dos últimos anos, no entanto, outros dados e fatores nos colocam sob um risco iminente de uma nova epidemia de dengue na cidade”, frisou Machado. Londrina enfrentou uma epidemia no ano passado.

Entre as ações que vão ser colocadas em prática para tentar “frear” a proliferação do mosquito Aedes aegypti está a volta do fumacê, que foi disponibilizado pelos governos Estadual e Federal. O veneno esteve em falta em 2023. Os veículos deverão percorrer todas as regiões, dando prioridade para os bairros mais problemáticos quando o assunto é a dengue.

“O fumacê tem um papel fundamental, mas limitado, que é a extinção dos mosquitos na fase adulta. Conseguimos nos articular junto com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e os carros já estão em Londrina. São 700 litros do veneno para que possamos iniciar a aplicação de cinco ciclos em várias regiões da cidade nos próximos 15 dias”, explicou o secretário.

O trabalho deve começar com a zona sul, que apesar de ter um índice de infestação de 3,41%, possui a maioria dos casos notificados, somando 36%.

Paralelamente a aplicação do veneno pelas ruas serão colocadas em prática outras atividades de combate ao mosquito, como mutirões de limpeza e campanhas educativas.

Um trabalho de fiscalização realizado pela prefeitura mostrou que a maioria dos criadouros com larvas e pulpas do Aedes aegypti estavam em bebedouros de animais, vasos de plantas e água de chuva armazenada

É importante que as autoridades de saúde intensifiquem as campanhas de conscientização, fornecendo informações precisas sobre a prevenção e os sintomas da dengue. A educação da população é uma ferramenta poderosa na contenção da propagação do vírus. Também é fundamental que os órgãos responsáveis fortaleçam as estratégias de controle vetorial, investindo em ações assertivas de combate ao mosquito transmissor, como é o caso da aplicação do fumacê.

Também é fundamental o comprometimento da população. A eficiência dessas medidas dependerá da integração entre os diferentes níveis governamentais, assim como da participação ativa da comunidade.

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