Os impactos cada vez mais intensos das mudanças climáticas e as consequências delas na agropecuária estão despertando e obrigando que os produtores rurais se adaptem para enfrentar os desafios impostos pelo excesso de calor e chuva.

O calor e a seca intensa que vêm castigando o Norte do Paraná desde dezembro do ano passado acenderam o sinal de alerta e as autoridades ligadas ao agronegócio estão prevendo uma importante quebra de safra da colheita 2023/2024.

Nesta edição, a FOLHA traz reportagem sobre o calorão e a soja, principal commodity brasileira, cultura que enfrentou temperaturas tão altas em algumas partes do estado que uma parcela da produção secou nas lavouras.

O fato é que a agricultura, que sempre dependeu das condições climáticas previsíveis, precisa agora enfrentar uma nova realidade, em que a extrema variabilidade climática impõe uma grande imprevisibilidade, um cenário que pode se tornar uma norma.

Especialistas alertam que o excesso de calor pode levar à desidratação das plantas, redução da fertilidade do solo e diminuição da produtividade das colheitas. O outro extremo, as chuvas intensas, pode resultar em inundações, erosão do solo e propagação de doenças e pragas.

A reportagem que a FOLHA traz nesta edição mostra que a pouca chuva em cidades da região norte do estado está levando a uma previsão de quebra superior da safra a 30% em relação a uma média histórica da colheita.

O cenário foi visto entre o final de dezembro e o início de janeiro, quando produtores rurais já aguardavam o que chamam de veranico. Mas, com El Niño e em contexto de crise climática, o conhecido veranico ganhou força, pegando agricultores de surpresa.

Pesquisadores falam da necessidade urgente dos produtores rurais adotarem práticas agrícolas adaptativas e sustentáveis para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Isso inclui a implementação de técnicas de conservação do solo, como plantio direto e rotação de culturas, que ajudam a proteger o solo da erosão e a melhorar sua capacidade de retenção de água.

Alerta-se também para a adoção de sistemas de irrigação eficientes e o cultivo de variedades de plantas resistentes ao estresse térmico e hídrico, essenciais para garantir a segurança alimentar e a sustentabilidade a longo prazo.

A adaptação da agricultura às mudanças climáticas é responsabilidade de todos, dos governos, instituições de pesquisa, universidades, setor privado, entre outros. É fundamental criar políticas e programas que incentivem a resiliência climática no setor agrícola e na economia, de uma maneira geral. Lembrando que estamos falando de segurança alimentar global e sustentabilidade ambiental.

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